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Return of the Living Dead - 1985


Quem nunca ouviu o jargão “Miooolos” não pode se considerar um verdadeiro fã de filmes de zumbis e isso também se aplica aos que nunca assistiram a pérola cult/trash “A Volta dos Mortos-Vivos” (Return of the Living Dead). Criado pelas mãos amaldiçoadas de Dan O’Bannon em 1985 A Volta dos Mortos-Vivos inovou (e porquê não, também perverteu!) o conceito zombie movie até então creditado ao “padrinho dos zumbis”, George Romero.


ATENÇÃO: ESTE TEXTO CONTÉM SPOILERS!!!

O filme conta a história de como três empregados, acompanhados por um grupo de punks adolescentes, lidam com a liberação acidental de um apocalipse zumbi. No dia 03 de julho de 1984, no armazém de abastecimento médico Uneeda, em Louisville, Kentucky, um dos funcionários mais velhos da empresa chamado Frank (James Karen) tenta impressionar Freddy (Thom Mathews), um adolescente recém-empregado mostrando-lhe contêineres militares que foram para acidentalmente no porão do edifício. O cilindro continha os restos mortais de um experimento do exército que havia dado errado e que, de acordo com Frank, inspirou o filme “Night of the Living Dead”. Ainda “se crescendo” encima do novato, Frank acidentalmente liberta o gás tóxico preso dentro do barril (“sem problemas, isto foi feito pelo Exército!”) e com a exposição ao produto químico acabam por desmaiar. Momentos depois Frank e Freddy descobrem que o corpo que estava dentro do tanque desapareceu e acreditando que o cadáver tivesse provavelmente derretido tentam se recompor para arrumar a “cagada” feita antes que o chefe do armazém descobrisse. Infelizmente as coisas não correram exatamente como o planejado...


O gás liberado reanima um cadáver encomendado por uma universidade de anatomia e que estava sendo guardado dentro do frigorífico do prédio, forçando Frank e Freddy a “convidar” seu chefe, Burt Wilson (Clu Gulager) para ajudá-los a lidar com a situação. Por mais que tentassem destruir o corpo este continuava a gritar e a espernear e quando os três não conseguem descobrir uma forma de sossegar o defunto Burt tem a “fantástica” idéia de desmembrar o corpo para depois queimá-lo numa funerária próxima à empresa onde Ernie (Don Calfa), um antigo amigo de Burt, trabalha em uma sessão de embalsamento. A desculpa que Burt empurra para o amigo é a das mais estapafúrdias; ele alega que receberam um lote de doninhas raivosas que precisam ser destruídas.

Enquanto isso, a gangue de Freddy, composta por Spider (Miguel A. Núñez Jr.), Trash (Linnea Quigley), Chuck (John Philbin), Casey (Jewel Shepard), Scuz (Brian Peck), Suicide (Mark Venturini) e a namorada de Freddy, Tina (Beverly Randolph) decidem esperar o camarada terminar seu turno dentro de um cemitério local. O tempo passa devagar e Tina resolve visitar o namorado em seu novo emprego enquanto o restante do grupo apronta uma baderna básica que inclui muita bebida, rock ‘n roll e até um strip-tease da gótica pôrraloca Trash (Linnea Quigley em seus bons tempos!) encima de um dos túmulos.


No necrotério, Ernie descobre que os pequenos embrulhos saltitantes não são doninhas raivosas e toda a história da cagada de seus funcionários (que não estão parecendo muito bem na altura dos acontecimentos) lhe é contada. Os dois amigos então decidem que queimar o corpo e incinerar os ossos é o melhor que podem fazer, mas assim que o conteúdo dos sacos de lixo começam a queimar a química do Trioxin (o produto químico utilizado nas experiências do Exército) causa uma reação em cadeia em contato com o oxigênio e volta para a terra na forma de uma tempestade repentina.

A chuva ácida obriga os baderneiros no cemitério a voltar para o conversível de Suicide, mas o “poizé” além de não pegar ainda começa a vazar, molhando ainda mais o grupo que já começa a reclamar de algumas queimaduras na pele. Com o início da chuva tóxica Tina decide invadir o armazém e ao procurar seu namorado acaba encontrando algo um tanto inesperado; um cadáver extremamente apodrecido e que cambaleante, caminha em sua direção soltando um gorgolejante “miooolos!”. Trata-se do cadáver desaparecido (Tarman, interpretado por Allan Trautman) que se encontrava encerrado no contêiner que Frank abriu por descuido.


Lá fora, a gangue de punks continua procurando abrigo (e Trash continua pelada!) até que também resolvem se refugiar no armazém. Dentro, eles ouvem os gritos de Tina e ao resgatá-la do zumbi acabam por perder Suicide, que teve seu crânio esfacelado por uma mordida certeira. O grupo constrói uma barricada na porta do porão trancando a criatura novamente. Tina procura desesperadamente pelo namorado e Casey diz que viu Freddy entrando no necrotério. O grupo então faz uma corrida pelo cemitério em direção ao prédio funerário e acabam descobrindo que os mortos estão levantando de seus túmulos. Num momento de pânico o grupo acaba se desmembrando. Spider, Tina e Scuz seguem para o necrotério, enquanto Trash é devorada por uma horda de zumbis, cumprindo ironicamente um relato seu enquanto estava chapada no cemitério: “Gostaria de ser devorada por um monte de velhos!”. Enquanto isso, Chuck e Casey fogem de volta para o armazém. A música da banda 45 Grave “Party Time”, que aparece no momento da aparição dos mortos-vivos acabou por se tornar um hino do filme e, consequentemente, a banda espremeu o hit em vários álbuns até não haver mais caldo algum.

Na funerária, Frank e Freddy ficam cada vez mais doentes por causa da exposição ao gás e logo após um exame feito por alguns paramédicos que responderam a um chamado do grupo (“chamem mais paramédicos!”) o resultado implica que eles não estão mais vivos. De repente, a gangue perseguida invade o necrotério, trazendo uma horda de zumbis. O grupo começa a proteger o edifício e Scuz é morto ao proteger a barricada trazendo para dentro a (quase) sexy meio-zumbi de olhos azuis. Com Frank e Freddy mostrando sinais de se tornarem criaturas devoradoras de carne humana, Burt resolve trancá-los na capela. Tina, no entanto, se recusa a abandonar seu namorado naquele estado e escolhe ser trancada com ele.


Como o amor tudo vence, Freddy tenta “comer” Tina, mas é interrompido por Burt, Ernie e Spider. Na luta que se segue, Ernie joga um vidro de ácido no rosto de Freddy, cegando-o horrivelmente. Durante o caos, Frank consegue escapar do grupo e, ainda tendo certo controle sobre sua mente, se suicida entrando no crematório. “A Volta dos Mortos-Vivos” é um filme que esbanja o humor negro e a diversão, mas a cena em que Frank tira a aliança e entra no forno carrega uma emoção tão grande que chega até desvirtuar a trama splatstick do filme.

No final, Burt decide ligar para o número descrito no contêiner militar que iniciou toda a confusão. A chamada vai para o Coronel Glover, um oficial do Exército que está desesperado à procura dos “ovos de Páscoa”. Ao descobrir a localização do alvo ele ativa um protocolo de contenção que resulta na destruição de 20 blocos de Louisville por um projétil nuclear. O filme então termina semelhante ao Noite dos Mortos-Vivos” de George Romero, apresentando ao espectador cenas da área do desastre, junto com uma narração do Coronel que descreveu o resultado como ideal ("uma baixa de menos de 4.000 mortos, senhor”) para o Presidente dos EUA e descrevendo algumas contra-indicações no relatório como queixas de irritações na pele, mas alegando que "a chuva que cai deve limpar toda a sujeira causada".

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