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La Dama Rossa Uccide Sette Volte - 1972


Desde que vi o ótimo La Notte che Evelyn Uscì dalla Tomba (1971), estava procurando esta que é a obra derradeira do diretor MIRAGLIA. E assim como seu filme anterior, temos aqui um giallo com toques sobrenaturais, bem ao estilo Scooby-Doo, com seus tons góticos. Contendo um maravilhoso clima típico de horror que aqui serve para temperar os tradicionais elementos dos gialli. Emilio Miraglia se saiu até melhor que no seu trabalho anterior.


A trama gira em torno de uma maldição secular que paira sobre uma família alemã. Cada cem anos uma descendente morre pelas mãos da própria irmã, e retorna como o fantasma de uma mulher vestida de vermelho onde assassina seis pessoas inocentes e a sétima seria a própria irmã assassina, fechando assim um ciclo. A lenda nos é apresentada logo no belo prólogo, contada pelo avô à suas duas netinhas que vivem brigando, de cara fica evidente a bela fotografia valorizando a ambientação do castelo em que vive os Wildenbrück (a família amaldiçoada), tudo emoldurada pela belíssima trilha de Bruno Nicolai. Depois temos um salto no tempo e vemos uma das crianças crescidas: Kitty (e bem crescida, diga-se, interpretada por Barbara Bouchet, no auge da beleza) que acaba vendo pessoas ao seu redor sendo assassinadas. O detalhe é que sua irmã Evelyn, que muitos pensam estar na América, foi morta por acidente por Kitty que ocultou o cadáver, ou seja, a maldição da rainha de vermelho está de volta. Será a maldição secular que se concretiza ou uma pessoa mascarada e fantasia como a fatal “dama de vermelho”?

Os fãs do giallo não podem se queixar, aqui temos tudo o que se pode esperar de um bom filme de mistério made in Italy: roteiro absurdo, ilógico e solução mirabolante (com seus momentos de surrealismo involuntário), sensualidade latente (além da deusa Bouchet, temos ainda as beldades Maria Mafaltti, Pia Giancaro e a deusa exploitation Sybil Danning, que não se priva de exibir seus seios para a alegria dos tarados de plantão), toques de misoginia (a cena em que a protagonista é violentada pelo chantagista viciado não deixa de ter um ar de fetiche sádico), câmera inquieta (os bons e velhos zooms), e é claro, o principal: assassinatos exagerados e sangrentos, destaques para a cena do homem que tem seu corpo arrastado por um fusca, o cadáver da moça encontrada dentro da van, e a mulher que tem sua cabeça cravada nas lanças de uma grade de um portão. O visual mescla as cores e vestuários setentistas com os cenários góticos o que nos oferece uma ambientação bem interessante.


Como curiosidade vale citar que a finada distribuidora ítalo-americana NoShame Films, que faliu em 2006, chegou a lançar um box que continha não só dois dvds com os dois gialli do Emilio Miraglia, La Notte che Evelyn Uscì dalla Tomba e La Notte che Evelyn Uscì dalla Tomba, como também um boneco da própria “dama de vermelho”! Não é preciso dizer que este item é agora raríssimo.

Também conhecido por outros títulos alternativos, entre eles Blood Feast, o que pode confundir as pessoas com o clássico tosco homônimo de H. G. Lewis. Atmosférico e hipnótico. É um exemplar de respeito dentro do subgênero e que merece e deve ser conhecido.


La Notte che Evelyn Uscì dalla Tomba / Red Queen Kills 7 Times - (Itália, 1972) Com: Barbara Bouchet, Ugo Pagliai, Marina Malfatti, Pia Giancaro, Sybill Danning.

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