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Land of the Lost (1974-1976)


Na semana passada tive uma lesão por esforço repetitivo e fiquei quase analfabeto. Nunca fiquei nem 6 horas sem me plugar na "Matrix" e agora recebo a notícia de que tenho que tratar o meu mouse como uma espécie de ouriço peçonhento, mas como pequenas dosagens de veneno criam anticorpos consegui "adestrar" alguns cliques e me limitei a ver e-mails e a assistir algumas séries da minha infância. Muitas opções me foram apresentadas, mas a vencedora unânime foi a magnífica - e trash - Land of the Lost (conhecida no Brasil como "O Elo Perdido") com seus dinossauros em stop-motion e seus cenários de isopor e papel machê. Esta série tinha (e ainda tem!) um efeito hipnótico em mim e escutar a abertura "Marshall, Will and Holy...in a rotine expedition..." era obrigatório e quase religioso. Quem tem mais de trinta anos sabe como era divertido ver as estrepulias de Ta, Sa e Cha-ka (Joe Giamalva na 1° temporada e Scutter McKay na segunda, Sharon Baird e Phillip Paley), humanóides peludos conhecidos como Pakunis. E quem não se lembra da insistência quase que idiota do Tiranossauro "Zangado" (Grumpy) em abocanhar os Marshalls ou dos gritos estridentes de Amélia (Alice?), o allosauro que morava na Cidade Perdida. Cidade Perdida?!? Ah, também haviam os Sleestak...


Pessoal, tenho algo para confessar. Como eu tinha medo daquelas coisas. Pensei que esqueceria daqueles demônios abissais quando crescesse, mas nos passos de Lovecraft descobri horrores indescritíveis naquelas sibilantes criaturas meio-lagarto, meio-crustáceo. Acho até que a criação de Enikk (Walker Edmiston), o Altrusiano - o Sleestak do futuro com um "vestidinho" dourado...hehehehe - foi para mascarar o horror que transmitiam os Sleestak nas cabeças fantásticas dos jovens da década de 70.

Uma outra coisa que me chamou a atenção ao assistir a série depois de barbado foram os roteiros. Os efeitos podiam até não serem os melhores, mas a imaginação com que eram escritos os roteiros: universos paralelos, possessões, viajantes extradimensionais, sacrifícios humanos. A equipe responsável pela escolha dos temas dos episódios poderia até ser queimada numa fogueira em tempos antigos. Então, com o peso da fama, a coisa começou a despencar...


Com a segunda temporada vieram o exagero e o deboche. Até que foram desenvolvidos personagens interessantes como Zarn, o alienígena espelhado e a medusa Meddie, mas o restante ficou meio sem sal e só durou por causa da fidelidade dos fãs. Mas o pior estava por vir...


Quando na metade do percurso a segunda temporada começou a caducar Spencer Milligan (Rick Marshall) deu um jeito de "viajar de volta" na terceira temporada e coincidentemente seu irmão Jack Marshall (Ron Harper) apareceu no Elo Perdido para cuidar dos seus sobrinhos Will (Wesley Eure) e Holly (Kathleen Coleman) e do pequeno pakuni Cha-ka (Phillip Paley), agora órfão. O nível da série baixou de uma forma que nem para "tirar um sarro" ela servia. Piadinhas frequentes no meio do perigo, Sleestak e Pakunis que falavam inglês e uma mega falta de bom senso em criar personagens (como o Abominável Homem das Neves, que era como uma pessoa de moleton peludo e que foi re-utilizado umas duas vezes com o pelo tingido de outras cores) fizeram da terceira temporada uma tremenda brincadeira de mau gosto e nem a ascensão (?) de Will como cantor salvou a série de seu cancelamento.


Na década de 90 tentaram reutilizar a fórmula e uma família foi atirada novamente no Elo Perdido com carro e tudo, mas a série passou despercebida pelo público e não vingou. Lembro-me que até reclamei pacas sobre como deformaram a idéia original e nem imaginava como a indústria cinematográfica poderia ser tão cruel com o seriado ao criar o longa (e parvo!) Lando of the Lost (2009).

Depois do ódio que senti ao assistir este filme do diretor Brad Silberling (que na minha opinião deveria ainda só se manter nas produções para a TV) pensei em diversas formas de encontrar algum pilar altrusiano aqui no Amazonas e jogar Will Ferrel e todo o elenco do filme como oferenda para o Deus do Poço dos Sleestak. Claro que acompanhados de uma boa dose de antiácidos...

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