Brain Damage - 1988
Depois de assistir “Basket Case” e “Frakenhooker”, Frank Henenlotter se tornou um dos meus picaretas favoritos e exatamente por isso que a resenha deste mês hiper corrido de Cinefantasy vou fazer uma pequena resenha sobre um filme deste alucinado diretor que eu ainda não havia assistido: “Brain Damage”, de 1988.
Como a maioria dos filmes de Henenlotter, “Brain Damage” leva a mesma fórmula que consagrou “Basket Case” (1982); mulheres peladas, drogas, guetos e jovens fodidos pela vida que acabam descobrindo que ela pode ficar ainda pior. A sinopse é a seguinte. Um junkie que vive em Nova York se torna dependente de uma estranha criatura semelhante à uma grande lesma chamada Aylmer(?) que o alimenta com uma substância entorpecente em troca de sua ajuda na obtenção de cérebros frescos de vítimas inocentes para seu sustento. Como todos os parasitas, Aylmer não dá para Brian o fluido psicotrópico no qual ficou dependente porque ele é um cara legal - ele quer algo em troca, ou seja, os cérebros de todos os seres humanos que cruzarem seu caminho sejam eles amigos, namoradas, policiais, prostitutas ou mendigos.
Embora os efeitos especiais sejam um tanto obsoletos perto dos que a “nova era” nos oferece, o enlouquecido Frank Henenlotter consegue nos mostrar que ainda consegue ser divertido (mesmo depois de todos esses anos!), e esse elemento é mais importante do que qualquer quantidade (ou qualidade) de efeitos especiais. Trabalhando a partir do mesmo enredo do hit "Basket Case", “Brain Damage” retrata uma relação entre um jovem e uma criatura horrenda e da dependência mútua de ambos. As histórias são muito diferentes, mas é óbvio que as ligações entre os dois filmes são mais do que óbvia (principalmente porque o próprio Brian momentos antes de atacar sua namorada no metrô dá de frente com o personagem de “Basket Case” viajando no mesmo vagão).
O fato de que o orçamento foi um grande constrangimento para este filme, mas isso pouco importou para que “Brain Damage” se tornasse um filme interessante e na maioria das vezes, com situações super engraçadas. Um bom exemplo disso tudo é a cena em que o parasita (que tem um vocabulário e inteligência bem superior que a do seu hospedeiro) o leva a seduzir uma “groupie” num show de rock para um cantinho escuro. Num momento de climax a garota coloca a mão nas calças de Brian, onde a criatura se escondeu, e diz: “Uau, você deve ter um monstro nas calças!”.
O único problemas com os filmes de Henenlotter, na minha humilde opinião, é que ele
tem uma tendência a arrastar a trama um pouco mais que o necessário. Em Brain Damage” vemos Aylmer abrir a boca, injetar a toxina no pescoço de Brian que passa por cima do cérebro (que dá uns choquinhos) em todas as vezes que o “nóia” precisa de uma dose, quando uma só vez teria sido suficiente. Um outro furo do roteiro é que a história da origem de Aylmer antes de ele fugir da casa do casal de velhinhos chapados não é muito bem explicada, ou completamente ignorada, mas existem alguns flashes sobre a história de Aylmer, e isso dá a “Brain Damage” uma boa dose de intriga que segura o espectador até o final do filme.
De resto, se você é fã de filmes bagaceiros e recheados de bom humor (negro) "Brain Damage" é um filme super divertido de se assistir e uma ótima pedida para assistir com sua namorada ou aquele seu amigo nojentinho.