Fiend Without a Face - 1958
Produção inglesa com fotografia em preto e branco, dirigida por Arthur Crabtree e com roteiro baseado na história The Thought Monster, de Amelia Reynolds Long. Filme curto (apenas 75 minutos) da década de 1950 do século passado, com história absurdamente divertida, e com dois títulos nacionais. O primeiro e mais coerente pela tradução literal, Monstro Sem Face (conforme o livro “Ficção Científica”, de Gilberto Schoereder, 1986), e o outro pessimamente escolhido quando lançado em DVD, O Horror Vem do Espaço, pois a história não tem relação com algo vindo do espaço.
As ações se passam numa base militar americana e canadense, que trabalha com pesquisas com energia nuclear para o desenvolvimento de um potente radar atômico que possibilitaria espionar atividades suspeitas na antiga União Soviética, durante o conturbado período da guerra fria. Porém, soldados e moradores de uma pequena cidade próxima, aparecem mortos e estampando o horror em suas faces desesperadas. O Major Cummings (Marshall Thompson) é destinado para invertigar os misteriosos assassinatos e em paralelo, tenta defender a mocinha Barbara Griselle (Kim Parker), irmã de uma das vítimas dos demônios invisíveis. Ele descobre relações entre as bizarras experiências de um cientista, Prof. Walgate (Kynaston Reeves), com a materialização de pensamentos e a influência destrutiva da energia radiativa dos reatores atômicos da base militar, criando monstros inicialmente “sem rostos” e depois visíveis na forma grotesca de um cérebro com espinha dorsal.
Percebemos aqui uma influência e relações com a ideia central do clássico de FC Planeta Proibido (1956), onde um terrível monstro invisível, criado pela mente perturbada de um cientista, ataca um grupo de astronautas que chegam num planeta colonizado por humanos.
Com efeitos especiais de “stop motion” complexos para a época, ao mostrar os monstros e seus movimentos de ataque, e situado dentro do ambiente que retrata a paranóia da guerra fria e o medo dos efeitos nocivos da energia nuclear, o filme O Horror Que Vem do Espaço (na verdade, que vem do “pensamento”), é mais uma garantia de diversão para quem aprecia essas preciosas tranqueiras do cinema bagaceiro antigo de FC & Horror.
(RR – 26/05/13)