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Abby: The Black Exorcist - 1974


Conhecido como o primeiro “clone” de O Exorcista a chegar aos cinemas norte-americanos, Abby foi lançado pela American International Pictures (AIP) no final de 1974. Abby teve a direção de William Girdler, roteiro de Girdler em parceria com Gordon Cornell Layne e participação de Carol Speed e William “Blackula” Marshal.


Abby Williams, uma conselheira matrimonial (interpretada por Carol Speed) é possuída por um demônio da luxúria libertado pelo seu sogro, o Bispo Garnet Williams (William Marshall), um exorcista que detonava o capeta na África. Depois de possuída e tocar o inferno nos Estados Unidos a única esperança da pobre Abby é que o sogrão volte para casa, junto com seu filho e um policial para realizar um exorcismo africano sobre ela para retirar de seu corpo puro (?) a sanha do demônio.


Apesar de ser considerado um dos blackxploitation mais podres do mundo, Abby é estupidamente divertido. A velocidade da trama é muito “over-the-top” em alguns pontos, mas tudo funciona como deveria funcionar. O diretor William Girdler desperdiça pouco tempo (o filme tem apenas 85 minutos), mas entrega alguns bons momentos como quando a entidade é lançada pela primeira vez em uma caverna e quando ela entra na casa dos Williams. E como era de se esperar a Warner Bros. aparentemente processou a AIP (American International Productions) por plágio, impedindo o filme de ser exibido em alguns cinemas na época. Depois que o filme foi retirado, nunca mais a AIP conseguiu colocá-lo novamente em circulação, mesmo após as questões legais serem resolvidas. E a praga da WB permanece até hoje com o filme de W. Girdler estacionado numa coluna Cult sem nunca ter sido legalmente liberado para televisão ou vídeo. Em minha opinião eu achei uma puta sacanagem porque, fora a ideia de exibir uma garota possuída de boca suja, existe muito pouco do romance de William P. Blatty nesta pérola blackxploitation e eu duvido muito que a Warner Bros. detenha os direitos autorais sobre todos os filmes cujo tema seja possessão demoníaca.


De acordo com o próprio romancista do livro, o escritor William Peter Blatty, que estava no set de filmagens de Abby "o diretor William Girdler estava apenas tentando fazer uma versão diferente de O Exorcista e eu não tinha visto problema algum nisto". O que eu não entendo foi se Blatty disse que o filme de Girdler era inofensivo e serviria como uma espécie de “homenagem” ao Exorcista por que então correu atrás da Warner Bros. para processar o pobre Girdler? (se bem que até hoje ele ainda discorda disso!)

De qualquer forma, Abby não deixa de ser um espetáculo à parte. Assim como a sua parceira branquela, esta possuída afro(disíaca) não decepciona quando o assunto são palavrões, coisas (e até pessoas!) voando, uma onda de tesão incontrolável ao tomar banho ou desossar um frango, rasgar as roupas e falar obscenidades aos amigos e diferente de Linda Blair, esta senhorita encapetada não desperdiça sua libido em objetos inanimados, preferindo um bacanal em um bar cheio de homens banhados no álcool e no vício. A atuação dos negões no boteco é impagável...


Por mais que toda a nata diga que Abby seja um plágio de “O Exorcista” eu acredito que a cópia seria mesmo do Evil Dead de Raimi tanto pela atuação da sapeca Carol Speed quanto pela voz de Bob Holt, que me divertiu durante toda a sua aparição como o “eshu”.

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