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Onibaba - 1964


Onibaba é um filme de terror japonês baseado em uma parábola budista. Dirigido por Kaneto Shindo em 1964, o filme é ambientado no Japão rural no século XIV. A história se passa logo após a Batalha de Minatogawa que começou um período de mais de 50 anos de guerra civil, o período Nanboku-cho (1336-1392) e demonstra a luta de classes entre os camponeses e samurais de elite na época.


Esta parábola do horror gótico japonês conta a história de uma mulher (Nobuko Otowa) e sua filha (Jitsuko Yoshimura) que vivem em uma pequena cabana em um pântano Susuki. Elas sobrevivem matando samurais, vendendo suas armaduras e armas e depois dispensando seus corpos em um poço profundo. Passado o tempo, um conhecido chamado Hachi (Kei Sato) retorna e começa a seduzir a filha da mulher. A mãe descobre o relacionamento e pede a ele para que não leve sua filha, uma vez que ela não pode matar sem sua ajuda. Sem sucesso em acabar com o romance a velha mulher acaba por armar um plano onde fantasia-se como um demônio para assustar a própria filha utilizando-se de uma máscara obtida na morte de um samurai amaldiçoado pelos seus pecados.


Produção


Kaneto Shindo queria fazer o filme Onibaba em um campo de grama Susuki. Ele enviou assistentes de direção para encontrar um local adequado. Uma das locações foi encontrada perto de um rio em Inba-Numa, (Chiba, Japão). De acordo com o diretor o filme sofreu muitas alterações na equipe e teve vários impencílios. A equipe só podia filmar em luz do dia, porque durante as horas da noite a margem do rio iria transbordar fazendo a locação ser invadida por caranguejos e insetos. Para filmar as cenas “noturnas” dentro das cabanas, foram providenciadas telas especiais para bloquear o sol, transformando a luz ambiente em um lugar completamente diferente.

A trilha sonora de Onibaba fica por conta de Hikaru Hayashi. Ele incluiu um tambor Taiko na composição da trilha e sons naturais de pombos cantando. O filme faz uso de edição rápida e lenta, muitas vezes em ângulos distorcidos ou estranhos.


Sobre a parábola budista


A história de Onibaba foi inspirada na parábola budista de "yome-odoshi-no-men" (máscara de assustar noivas) ou "niku-zuki-no-men" (máscara com carne em anexo) que conta a história de uma mãe que costumava usar uma máscara de demônio para assustar sua filha, impedindo-a de ir ao templo. Como punição a máscara adere ao seu rosto, e quando ela pediu permissão para removê-la a operação levou junto a carne de seu rosto. De acordo com Kaneto Shindo os efeitos da máscara sobre aqueles que a usam no filme são simbólicos e servem para transmitir aos espectadores o horror da desfiguração das vítimas das bombas atômicas de Hiroshima e Nagasaki. O filme reflete o efeito traumático desta visitação no pós-guerra e como isso afetou a sociedade japonesa.

Peter Bradshaw, colunista do “The Guardian” diz que "Onibaba é um filme arrepiante, um pesadelo gelado que foi filmado em preto e branco” e resume, "Onibaba merece algo mais do que um status cult ".


Onibaba foi lançado como DVD em 16 de março de 2004, pela Criterion Collection.



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