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Beezel - 2024

"No coração do oeste de Massachusetts encontra-se uma casa mergulhada na escuridão, um lugar onde horrores inimagináveis ​​desenrolam-se ao longo de seis décadas. Um incidente horrível envolvendo uma criança desvenda uma tapeçaria de terror que revela a presença malévola de uma bruxa antiga que reside dentro das paredes do porão.”


Com esta premissa, Aaron Fradkin apresenta ao público sedento de sangue a grotesca história de Beezel, seu primeiro trabalho como diretor de longas-metragens. Conhecido pelos curtas amalucados como The Ballerina (2020), The Talman (2020), Joke’s On You (2021) e The Trunk (2021) entre tantos outros trabalhos que podem ser vistos em seu canal, Social House Films, Fradkin nos presenteia com um filme talhado no bom e velho horror “oldschool” onde referências gritantes de Evil Dead e Barbarian não ficam despercebidas. Em seus 82 minutos somos arremessados numa espiral alucinante de desespero dividida em três segmentos cronológicos, onde os infelizes moradores da “casa da bruxa” lutam para não tornar parte do cardápio de uma esfomeada criatura cega.

A própria bruxa do filme é um deleite à parte. Totalmente trabalhada nos efeitos práticos, ela nos leva ao tempo das bruxas caricatas dos contos de fadas, com seus corpos retorcidos e narizes pontudos. De acordo com os produtores Aaron e Victoria Fradkin, o design da bruxa foi inspirado nas árvores retorcidas que assustavam as pessoas do campo nas noites de lua cheia, projetando figuras grotescas pelo chão. Outras fontes também indicam que Beezel foi filmado na casa onde cresceu o diretor e que ele usou seus pesadelos de infância como parte do núcleo do filme, que mistura um pouco de found footage com avanços cronológicos no tempo.

Assim como a própria criatura, o filme de Aaron e Victoria Fradkin (que além de co-roteirista e produtora também atua no filme como a personagem Nova) também representa um tempo onde o horror habitava na simplicidade do susto, sem muitas reviravoltas e explicações sobre o ocorrido. Um tempo onde os filmes de horror tinham como missão nos assustar como as histórias contadas em volta de uma fogueira de acampamento ou numa festa do pijama iluminada apenas por uma lanterna, sem a pretensão de afundar os espectadores numa onda de indagações filosóficas ou num debate sobre a infusão do horror moderno. Beezel, em sua essência, nos apresenta a pureza do susto sem lógicas pendentes, com seus alçapões secretos, segredos obscuros e gemidos fantasmagóricos brilhantemente ministrados pelos efeitos visuais de Sam Evenson e pela câmera competente de Keelan Carothers.


Resumindo, Beezel é um prato cheio (desculpem o trocadilho!) para quem tem fome dos filmes retrôs de horror que tomavam conta das locadoras e TV’s pagas nos anos 80 / 90.


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