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Terrorvision - 1986


Quem se lembra do tempo em que ir a uma locadora alugar um VHS era uma aventura memorável? Obras absurdas foram uma forma inteligente na época para conseguir locatários e manter o negócio. Os gêneros que capitalizaram mais sobre isso do que qualquer outro foram a Ficção Científica, o Horror e os filmes de Ação. Notoriamente conhecidos por terem menos recursos para atuação e efeitos especiais, esses gêneros produziram centenas de títulos por ano, mas a verdadeira coisa complica quando uma destas pérolas tem a pretensão de se tornar um filme cult bem sucedido. A maioria dos produtores/diretores espera que seu filme seja um grande sucesso, o que não acontece com regularidade. Produzir cinema é uma caixa de surpresas (o Oscar 2017 que o diga!) e nem sempre o resultado esperado torna-se realidade.


A parte boa é que, às vezes, um filme se torna um sucesso em vídeo, principalmente através do boca-a-boca. TerrorVision é um bom exemplo disso. Originalmente lançado para o cinema, esta bagaceira só receberia notoriedade ao ser lançado em VHS. Tosco e super caricato é um grande filme que deveria ter definitivamente alcançado o status de cult. A trama é a seguinte: em Plutão, criaturas mutantes perigosas são descartadas e banidas pro espaço por meio de uma espécie de conversão de energia atômica. Mas por um acidente de cálculo, uma delas vem parar na Terra, e bem na residência de uma exótica família americana através do novíssimo sistema de antenas parabólicas recentemente instaladas. A família em questão são os Potterman, formada por Stanley (Gerrit Grahan) e Raquel (Mary Woronov) um casal swinger, uma filha que mais parece um clone da Cindy Lauper chamada Suzy (Diane Franklin), Sherman, o caçula sonâmbulo e obcecado por artigos militares (Chad Allen) e seu avô também doido por armas de fogo, (Bert Hensen).


Como demais personagens temos Norton (Sonny Carl Davis), o vendedor da antena, O.D. (John Gries), um metaleiro poser que namora a filha adolescente do casal, uma horror hostess chamada Medusa (Jennifer Richards), que apresenta um programa de filmes de terror estilo Cine Trash e finalizando temos Spiro e Cherry (Alejandro Rey e Randy Brooks ), outro casal de swingers que praticam os “paranauês” com o casal Potterman.

O único problema é que a TV continua sem sinal. E o motivo disso é que Stanley (uma versão humana do “Papai Urso” do desenho do Pica Pau!) está instalando um novo sistema de antena, a incrível “Faça-Você-Mesmo 100“, que parece não estar dando muito certo. O representante da empresa diz que não tem como ajudar já que aquela antena só tinha cobertura para reparos e não sua instalação. Stanley então se utiliza de um método universal para ajustar aparelhos… umas boas pancadas. Eis que o nosso representante paterno toma uma descarga elétrica proveniente do espaço e que coincidentemente está trazendo um visitante inesperado.


Papai acertou em cheio e agora a TV começa a funcionar muito bem e de quebra vários canais que não estavam no pacote entram em sintonia; há filmes trash antigos (pra alegria de Sherman e do Vovô), canais pornográficos (pra alegria do casal), e a MTV (pra alegria de Suzy). Com tanta diversidade ninguém repara que um monstro intergaláctico está devorando os membros da família um por um.

Terrorvision é uma daquelas pérolas oitentistas que devemos abandonar qualquer senso técnico cinematográfico e apenas curtir a brisa. Sua história é repleta de furos e as atuações são pra lá de risíveis, mas quem liga pra isso quando temos crianças que usam armas de fogo e suruba com cabeças animadas no meio da história? Um destaque no filme vai para a animação da criatura. Os efeitos da Mechanical and Makeup Imageries, Inc. são fabulosos. Cada detalhe colocado rosto do monstro impressiona bastante para um filme de orçamento tão baixo.


Algumas curiosidades sobre Terrorvision:


– O diretor Ted Nicolaou e o designer de produção Giovanni Natalucci examinaram clubes de swing em Los Angeles, a fim de obter ideias para a família Putterman.


– No prólogo, um modelo da U.S.S. Enterprise pode ser vista de cabeça para baixo, faltando seus motores, simulando um edifício no planeta Plutão.


– O cartaz para este filme foi projetado antes que o roteiro fosse escrito.


– Quando Suzy apresenta o monstro à música, seu braço está descansando sobre o primeiro modelo do CD player da Sanyo, o DAD-8. Este modelo foi feito entre 1983-84 e é procurado por colecionadores por sua raridade e som de qualidade.


– O clipe mostrado na MTV é “Tormentor”, da banda W.A.S.P. e o personagem O.D. veste uma camiseta da mesma banda.

– A banda de rock britânica Terrorvision tirou o nome desse filme.


– Ted Nicolaou originalmente queria lançar Mary Woronov (The Devil Rejects) como Medusa. Além disso, Harry Shearer (responsável por várias vozes nos jogos de videogame dos Simpsons) foi considerado para atuar como Stan, enquanto Belinda Carlisle (Scream Queens e Black Mirror) estava inicialmente na corrida para retratar Suzy.


– Lux Interior e Frank Zappa foram considerados para compor a trilha do filme.


– A aparência inicial do personagem de Bert Remsen (O Vovô) foi baseada no “General Hersheybar“, um conhecido artista de rua anti-guerra de Los Angeles em 1960.


– Este filme marcou a estreia no cinema de Chad Allen.

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