Lo Strano Vizio Della Signora Wardh - 1971

Estrelada pela exuberante e voluptuosa Edwige Fenech, musa do cinema italiano setentista, filha de italiana com um nativo da ilha de Malta, é a grande destaque desta produção do seu então caso na época, Luciano Martino e dirigida pelo seu então cunhado Sergio Martino, também conhecida como: “Blade of the Ripper”, “Next!” entre outros títulos, no Brasil é conhecido como “Uma Faca na Escuridão”, “Lâmina Assassina” e “O Estranho Vício da Sra. Wardh”, que é a tradução do original e o mesmo título que está no Box Giallo Vol.1 da Versátil.

Aqui nossa bela Santa Edwige interpreta Julie Wardh, esposa do embaixador norte-americano Neil Wardh (feito pelo argentino Alberto de Mendoza, do clássico “Horror Express”). Ambos retornam à Viena justo no momento em que um serial killer assombra a cidade. Julie desconfia que os crimes tenham relação com seu ex-amante, o violento Jean (o italiano descendente de croatas Ivan Rassimov, outro veterano nos exploitation carcamano, atirou pra todos os lados: westerns, gialli e participou do começo do ciclo de filmes de canibais com “Il Paese Del Sesso Selvaggio). Através de alguns rápidos flashbacks percebe-se que a relação dos dois eram no estilo dominador/dominadora, e que aparentemente agradavam muito a moça. Lá pelas tantas Jean fala à Julie: "Eu sei o seu vício, eu tenho a chave para ela", que curiosamente nos remete à outro giallo estrelado por Edwige Fenech e também dirigido por Martino, o de título quilométrico: “Your Vice Is a Locked Room and Only I Have the Key”, ou se preferir: “Il Tuo Vizio è una Stanza Chiusa e solo io ne ho la Chiave”, lançado por aqui apenas como “No Quarto de Satã”. Paralelo a isto ela conhece o enigmático George Corro (o galã uruguaio George Hilton, astro de vários spaghetti-westerns e gialli). Qual será a ligação disto tudo?

Dirigido pelo polivalente Sergio Martino, o cara já fez de tudo um pouco: spaghetti-western (“Mannaja”, 1977), aproveitou o filão de filmes de canibais A Montanha dos Canibais (La Montagna Del Dio Cannibale, 1978), fez Keruak: O Exterminador de Aço (Vendetta dal Futuro,1986). Porém aqui no Brasil ele é mais famoso pelo seu clássico do SBT “A Ilha dos Homens-Peixes” (L´isola Degli Uomini Pesce, 1979). E, claro, gialli, “O Estranho Vício da Sra. Wardh” é o primeiro de uma série de cinco filmes do subgênero que o diretor soltaria, culminando com sua obra-prima: “Torso” (1973).

Martino trabalha aqui de forma interessante: a primeira parte é recheada de mulher pelada, vira e mexe aprece uma cena de nudez gratuita, destaque óbvio para Edwige Fenech que tem uns dos mais belos pares de seios do cinema. A partir da metade o diretor pisa o freio na sacanagem. Mas ai a história esta a todo vapor, o que não faz com o que o espectador perca o interesse. Pelo contrário, temos um clima de tensão e suspense bem arquitetados, como na cena da loira no parque, ou a do escapamento de gás. E como todo bom giallo, este é cheio de pistas falsas. Deixando para a meia hora final inúmeras reviravoltas, capaz de deixar o espectador tonto e boquiaberto.

Todos os elementos clássicos do subgênero aqui: luvas pretas, lâminas resplandecentes, mulheres nuas, clima lisérgico e roteiro não muito apegado à lógica.

Eis aqui então, mais um belo exemplar de filme de crime e mistério macarrônico.

O Estranho Vício da Sra. Wardh (Lo Strano Vizio Della Signora Wardh a.k.a. The Strange Vice of Mrs. Wardh, 1971) Direção: Sergio Martino. Com: Edwige Fenech, George Hilton, Conchita Airoldi, Manuel Gil, Carlo Alighiero, Ivan Rassimov, Alberto de Mendonza.