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Delírio di Sangue aka Blood Delirium - 1988


Conhecido aqui no Brasil como “Delírio Sangrento”, “Delírio di Sangue” (ou “Blood Delirium” na versão para os yankees), é daquelas obras tão, mas tão ruins que se tornam divertidíssimas! Já marcou presença até em lista de piores filmes italianos de todos os tempos. Para vocês terem uma idéia da moral deste filme.

Já na abertura temos a pianista Sybille (Briggite Christensen, que fez outras tranqueiras como “Mercenari dell'Apocalisse" ,1987 e “Bloody Psycho” 1989), a moça chega em casa tirando a roupa, quando se lembra em arrumar a mesa para o jantar com seu marido Gerárd (Marco di Stefano). Logo vemos a garota seminua, apenas de calcinha e cinta liga de peitos a mostra, arrumando a mesa da sala de jantar, quando é assombrada por uma voz do além, que diz ser de uma alma que se conectará com ela, um “fantasma do futuro”, ou seja, lá o que isso signifique. Vejamos, não chegamos a nem cinco minutos de filme e o espectador está sem entender nada e se perguntando o que o roteirista, que aqui é o próprio diretor, andou fumando quando escreveu o script.

Corta para outra residência, uma espécie de castelo gótico onde vemos uma mulher enferma, a também pianista Christine (novamente Briggite Christensen em papel duplo), a moça está moribunda e logo falece, somando os pontos dá para perceber que ela é a tal “fantasma do futuro”. O viúvo é o Simon (John Phillip Law, que nos bons tempos fez “Diabolik” de Mario Bava e “Barbarella” de Roger Vadim, aqui em franca decadência), um pintor excêntrico que se acha a reencarnação de Van Gogh. O pintor vive recluso com seu mordomo Hermann (a lenda do exploitation Gordon Mitchell), um velho tarado que tenta atacar todas as mulheres que vê pela frente, e que mais tarde descobrimos que possui uma coleção de cadáveres de mulheres embalsamadas. Depois de um ano do falecimento da esposa, Simon ainda está obcecado por sua musa, tanto que ele e Hermann desenterram os ossos da defunta e levam para casa.

Por capricho do destino, ou obra do sobrenatural, Sybille, a garota pelada do começo do filme, encontra o pintor numa exposição. Claro que o lunático leva a moça para casa par torná-la sua nova musa inspiradora.

Porém o pintor, alma angustiada que é não encontra em suas tintas as cores exatas para seu tormento criativo, resolve então fazer uma tinta vermelha a base de sangue. Para isso faz com que Hermann seqüestre a bela Corinne (a atriz pornô francesa Olinka Hardiman, aqui creditada como Olga Hardiman), amiga de Sybille. Neste momento vemos o mordomo extraindo o sangue da vítima, além de pedaços do corpo, incluindo órgãos internos, em closes repulsivos, e colocando-os para fritar! Hermann se delicia com as iguarias, dividindo-as com um cão. Nesse momento o filme lembra as obras de Joe D’Amato em filmes como “Buio Omega” e “Antropophagus”.

No final o marido de Sybille, até então sumido da trama, vai até a exposição do pintor e descobre o endereço do seqüestrador de sua esposa. E no final ele irá resgatar sua amada.

O diretor Sergio Bergonzelli realizou mais de duas dezenas de filmes, atirando para todos os lados, fez spaghetti westerns, eurospy, giallo, comédia erótica, mas nada de muito valoroso. Este “Delírio di Sangue” é talvez seu filme mais famoso, e pelos motivos errados!

Não faltam aqui momentos de pura bizarrice, quando o pintor tenta transformar o esqueleto de sua esposa numa ‘boneca’, colocando uma máscara na cara do cadáver, que acaba caindo e revelando a caveira do esqueleto. Em outro momento vemos os olhos das pinturas sangrarem. E no clímax final vemos blocos de ‘concreto’, visivelmente feitos de papelão caírem nos personagens, um momento de matar o Chapolin de inveja.

Completamente fora da casinha, com roteiro ridículo, e a dupla de atores John Phillip Law e Gordon Mitchell parecem se divertirem muito com suas canastrices. Com nudez, gore e surreal de tão ruim e bizarro, “Delírio di Sangue” merece uma conferida por amantes de filmes ruins e tranqueiras exploitations carcamanas.


Delírio Sangrento (Delirio di Sangue / Blood Delirium, Itália, 1988) Direção: Sergio Bergonzelli Com: John Phillip Law, Gordon Mitchell, Briggite Christensen, Marco di Stefano, Olinka Hardiman.

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