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Ogroff / Mad Mutilator - 1983


N. G. Mount (creditado como Norbert Georges Mount) é um francês que brincou algumas vezes de diretor, roteirista, produtor e ator de filmes bagaceiros de horror e ficção científica. Em 1993 ele lançou a porcaria colossal “Dinosaur From the Deep”, a qual já escrevi uma breve resenha alertando sobre sua ruindade extrema, apesar da curiosidade de ter no elenco o diretor cultuado Jean Rollin.

Porém, dez anos antes, ele havia lançado um filme mais bagaceiro ainda. Trata-se do bizarro “Ogroff”, que também recebeu o título inglês “Mad Mutilator”. Praticamente não tem roteiro, pois a história é uma bagunça sem qualquer coerência e nada funciona no filme. O elenco é péssimo, os efeitos são toscos, falsos e inconvincentes, a trilha sonora é irritante, não existe continuidade e a produção geral é extremamente amadora.

Trata-se de uma mistura de “slasher”, “zumbis” e “vampirismo”. Ogroff é um lenhador psicopata mascarado assassino que mora numa cabana isolada na floresta. Ele é interpretado pelo próprio N. G. Mount e utiliza um machado alternando com uma motosserra para chacinar suas vítimas. Os mortos também não querem permanecer enterrados e saem de suas covas rasas. E um vampiro interpretado pelo veterano Howard Vernon (de vários filmes de Jesus Franco) tem uma participação rápida.

É até difícil registrar a sinopse, pois como já mencionado, não tem história. O assassino que vive no meio do mato está sempre procurando aleatoriamente oportunidades para matar pessoas desavisadas que invadem seu território. Entre as vítimas, tem uma família que pára o carro numa estrada e um grupo de jovens que está se divertindo na floresta, jogando xadrez. Em paralelo, os mortos decidem sair de seus túmulos, entrando em confronto com o psicopata mascarado, e um vampiro resgata uma mocinha fugitiva das atrocidades, e decide experimentar seu sangue.

Tem até uma criança brutalmente esquartejada, além de braços e pernas decepados, mutilações, vísceras e sangue falso para todos os lados. Mas, tudo filmado de forma tão amadora que não funciona nem como filme bagaceiro. O diretor se inspirou claramente em “A Noite dos Mortos-Vivos”, “Sexta-Feira 13”, “O Massacre da Serra Elétrica” e outros similares, apenas validando sua condição de fã dessas obras importantes do cinema de horror. Mas, em relação ao seu filme, ele não conseguiu agregar nada ao gênero.

A trilha sonora é horrível e irritante, com sons da floresta, pássaros e água corrente, tudo tão exagerado que incomoda. Entre as inúmeras cenas patéticas, podemos citar algumas como o assassino se masturbando com um machado; o descarte de um carro jogado num rio (na verdade é um carrinho miniatura de brinquedo que afunda numa pia de água, numa cena hilária); uma luta pessimamente coreografada entre o assassino e seu machado, com outro homem e sua motosserra; a mocinha perseguida e lutando para não morrer de forma violenta, decidindo se relacionar sexualmente com o psicopata, dormindo com ele. Além dessas bizarrices, tem uma cena onde o assassino sai de dentro do porta-malas de um carro, de forma totalmente aleatória, e surpreende o motorista, que tem uma morte sangrenta.

Todos os personagens não têm nome, nem função no filme, eles surgem do nada apenas para morrer dolorosamente nas mãos do psicopata da floresta. Aliás, o assassino esquarteja suas vítimas para depois fornecer os restos dos cadáveres como alimento para zumbis que ele mantém no porão de sua cabana. Além disso, os mortos também saem de suas sepulturas aleatoriamente, apenas para caminhar errantes por uma estrada deserta no meio do bosque, e perseguir os vivos.

São 90 minutos de duração que parecem intermináveis, numa dificuldade enorme em agüentar assistir até o final. Ficaria bem melhor se fosse apenas um curta metragem de não mais de 15 minutos, compilando algumas cenas razoáveis de violência, mesmo que mal feitas, e com a inclusão de um roteiro.

“Ogroff” é um exemplo de filme bagaceiro que não diverte e apenas passa para o espectador a desconfortável sensação de perda de tempo depois de assistir. Não tem história e os efeitos são tão ruins que um grupo de estudantes adolescentes, igualmente sem dinheiro, consegue reproduzir provavelmente melhor.

(RR – 17/03/18)

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