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Grave Halloween - 2013


Poderia ser um found footage pela própria base do argumento desenvolvido a quatro mãos - Ryan W. Smith e Sheldon Wilson -, mas, surpreendentemente, a opção escolhida foi a filmagem convencional. Não sei se isso salvaria o trabalho de Steven R. Monroe de sua condição medíocre, talvez apenas permitisse outros sustos conhecidos e levasse a produção a outros clichês. O que se sabe é que Morte no Dia das Bruxas (Grave Halloween, 2013) tinha potencial para assustar e se tornar um bom exemplar dos subgêneros assombração e terror na floresta, porém falhou na realização, no roteiro e elenco.


Monroe já tem um bom número de produções no currículo, sendo que grande parte no gênero fantástico. Fez o interessante Aprisioandos (House of 9, 2005), os fracos It Waits (2005), O Demônio da Montanha (Sasquatch Mountain, 2006), O Ogro (Ogre, 2008), O Retorno dos Vermes Malditos (Mongolian Death Worm, 2010) e O Exorcismo de Molly Hartley (The Exorcism of Molly Hartley, 2015) e os razoáveis Doce Vingança (I Spit on Your Grave, 2010) e Doce Vingança 2 (I Spit on Your Grave 2, 2013). Demonstra ser uma boa opção para os estúdios, não recusando trabalhos por mais ridículos que possam aparentar - e, pela quantidade de filmes fantásticos em sua filmografia, não me espantaria se seu nome for associado a alguma antologia como V/H/S ou O ABC da Morte.


Em Morte no Dias das Bruxas, ele apresenta uma história de fantasmas tradicional, com grande influência oriental, embora toque num assunto bem interessante e que tem sido bastante explorado no cinema, literatura, quadrinhos e música: a temível e real Floresta do Suicídio (Aokigahara), também conhecido como Mar de Árvores. É um local nas proximidades do Monte Fuji, onde há muitos relatos de suicídios - tanto que na entrada há dizeres sobre a valorização da vida e a sua importância para seus familiares. Pelo seu aspecto sinistro e depressivo, o cinema de horror logo exploraria em filmes como The Forest (2011), Spirit in the Woods (2014) e The Sea of Trees (2015), incluindo o found footage Nightlight (2015).

É para lá que Maiko (Kaitlyn Leeb), uma estudante americana no Japão, decide ir em busca do corpo da mãe biológica (Maiko Miyauchi), que teria se suicidado na floresta há dois meses. Ela pretende resgatar o corpo e realizar um ritual, comum no dia 31 de outubro, para trazer um pouco de sossego a sua alma - e, sabe-se lá o motivo, decide levar um grupo para produzir um documentário da viagem: a produtora Amber (Cassie Thomson), o câmera Kyle (Graham Wardle) e o técnico de som Terry (Dejan Loyola). Além deles, há também três manés dispostos a pregar uma peça de Halloween nos amigos, dois policiais que retiram corpos a todo momento e o amigável Jin (Hiro Kanagawa), que conhece bem o local e alerta os jovens sobre o respeito aos mortos, também conhecido como Yure.


Assim, eles caminham pela floresta de árvores longas - foi filmado no Canadá -, sendo assombrados por alguns vultos japoneses (lê-se: cabelos longos sobre os olhos, vestes brancas), até descobrirem que Aokigahara não irá facilitar a saída deles do local, criando dimensões paralelas e confundindo-os com suas voltas intermináveis. Há uma pequena surpresa sobre a identidade de um fantasma - algo não tão surpreendente assim - e o que teria acontecido com a mãe da garota, aspectos que contribuem para o suspiro do espectador.

Também dificulta uma boa avaliação o excesso de cenas à luz do dia, e a noite extremamente iluminada. Além disso, boa parte do elenco de apoio não é convincente, principalmente os amigos pilantras de Maiko. Eles não convencem nas brincadeiras, nem no desespero, o que é acentuado pela sequência final, quando são descartados sem trazer a menor preocupação para o público. Já o roteiro traz dúvidas sobre a ingenuidade da protagonista, que poderia simplesmente ter feito algumas pesquisas na internet mais cuidadosas e evitaria boa parte da tragédia iminente.


Apesar das falhas, Morte no Dia das Bruxas pode até funcionar para aqueles que não estão tão acostumados com o estilo. Há sustos, fantasmas e uma ambientação sugestiva para o medo, sem que o Halloween sirva para algo além de situar o espectador sobre a data dos acontecimentos.

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