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Immagini di un convento aka Images in a Convent - 1979


Dentre os subgêneros do exploitation, cinema sensacionalista que teve seu auge na década de 70, o mais polêmico e ousado é o nunsploitation. Ele vai além da violência, do sadismo, da nudez e da exploração do corpo, mas envolve críticas ácidas à Igreja Católica, aos votos de castidade e o excesso de religiosidade. Já nasce proibido, e, por isso, é bastante cultuado pelos fãs de horror, tendo em clássicos como The Devils (71), de Ken Russell, Satánico pandemonium (75), de Gilberto Martínez Solares, e Alucarda (75), de Juan López Moctezuma, seus maiores exemplos. Quem soube aproveitar bastante do estilo foi o cineasta Joe D'Amato (1936-1999), mais lembrado pela contribuição ao ciclo dos canibais com Emanuelle e os Últimos Canibais (77) e Antropophagus (80). D´Amato abraçou o erotismo e a pornografia por toda a sua biografia, mas nunca foi um diretor de destaque, evidenciando algumas deficiências técnicas em seus trabalhos na mesma proporção em que divertem.


Em 1979, D´Amato fez O Convento das Taras Proibidas (Immagini di un convento), inspirado no subgênero e também no clássico O Exorcista. Pintou e bordou na putaria desenfreada, nas cenas de sexo softcore e na felação, sem deixar de lado o tom satânico. Em um convento, a aparição de uma estátua do Diabo - ou, como eles dizem, de "deus desconhecido" - coincide com a chegada de Isabella (a bela Paola Senatore, de Os Vivos Serão Devorados, 1980), fugida de uma relação incestuosa com o tio. Sabendo da personalidade complicada da garota, ainda assim a Madre Superiora (Aïché Nana) exige que ela use o hábito enquanto estiver entre as irmãs. Mas a sua chegada atiça a libido das demais freiras, sem mesmo que precise fazer muito esforço.

Logo na primeira noite, enquanto está tendo um sonho erótico com o tio, ela recebe a visita de uma freira, que acaba fazendo sexo oral nela. Ao sair do quarto e ser flagrada pela Madre nos corredores com os seios de fora, ela é conduzida a um local para sofrer a penitência, mas acaba em mais um ato sexual lésbico. A situação se complica quando um homem ferido é resgatado no jardim, e levado para um quartinho nos fundos. Guido Bencio (Angelo Arquilla) diz ter sido atacado por ladrões, mas a direção de D´Amato sempre cria rimas entre seu rosto e a estátua, como se ele fosse uma personificação do Mal.

Ele também transará com algumas freiras, e mexerá com os brios das demais, levando o Convento a um antro de sacanagem. Para tentar salvar o local, a Madre envia uma freira (Marina Ambrosini) à cidade para convocar um padre Exorcista. No entanto, no caminho ela é surpreendida por dois criminosos, que querem mais do que um simples assalto: ela é estuprada pelos dois e ainda sofre uma felação explícita, sendo resgata posteriormente pelo próprio Exorcista (Donald O'Brien), que a leva de volta ao convento e tenta fazer uma limpeza no ambiente de luxúria. E é durante o ritual de exorcismo que tudo se perderá de vez, restando a - pasmem! - Isabella uma ação para evitar o declínio do lugar.


Todas as cenas praticamente trazem freiras sem roupas e/ou fazendo sexo. Uma delas chega a ser penetrada por um dildo onscreen, enquanto as outras se beijam e se acariciam. A estátua do Diabo chega a verter sangue pela boca, e até mesmo a ocupar o lugar da cruz na capela para simbolizar a possessão de todas as presentes. Talvez, por Isabella já ser promíscua, o Mal não chega a atingi-la, mas causa o estranhamento pelo ocorrido com as demais. D'Amato usa e abusa dos closes e da exibição dos corpos, sabendo explorar o proibido e o excitante, a partir das belíssimas mulheres do local. O lado sombrio de um convento dominado por uma presença satânica é apenas uma desculpa para o desvio das freiras e criticar a castidade católica.

O Convento das Taras Proibidas vale como curiosidade do subgênero e da presença de mulheres voluptuosas, mas não vai além disso, não figurando como destaque do nunsploitation.



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