Ghosts That Still Walk - 1977
Curiosamente, o mercado brasileiro de vídeo VHS, que iniciou seus lançamentos principalmente a partir de meados dos anos 1980, distribuiu por aqui vários filmes obscuros que normalmente apostaríamos que jamais fossem comercializados. É o caso da produção americana “Fantasmas Que Ainda Vagam” (1977), lançado pela D.I.V (Distribuidora Internacional de Vídeo), com direção e roteiro do desconhecido James T. Flocker.
Um adolescente de quinze anos, Mark Douglas (Matt Boston), está com fortes dores de cabeça e sua avó religiosa Alice (Ann Nelson) está tentando ajudá-lo a descobrir as causas. Depois de consultar um médico, ela é orientada a falar com a psiquiatra Dra. Sills (Rita Crafts), que estuda o caso e descobre uma série de incidentes estranhos com a família do garoto. Uma vez utilizando-se de hipnose descobre detalhes sobre um misterioso acidente com Alice e o avô do jovem doente, Harold (Jerry Jensen), que sofreu um ataque cardíaco depois de serem atacados por uma força sobrenatural enquanto viajavam pelo deserto num motorhome.
A psiquiatra se interessa mais pelo caso e descobre que a mãe do menino, Ruth (Caroline Howe), é uma escritora que estava trabalhando num livro sobre a história de uma antiga tribo indígena de mais de 500 anos. E que depois de resgatar uma misteriosa múmia índia de uma caverna, sofreu um colapso nervoso, intrigando a Dra. Sills e complicando progressivamente a solução da crise do garoto, que está piorando e se comportando estranhamente.
“Fantasmas Que Ainda Vagam” certamente é um filme obscuro, pouco conhecido e que jamais imaginaríamos que fosse lançado em VHS no Brasil. A história até possui algum interesse, mesmo sendo um clichê já muito explorado, sobre um fantasma atormentado que aterroriza os vivos e está em busca de sua paz espiritual. Porém, a narrativa é bem arrastada na maior parte do tempo, num convite ao sono, apesar de algumas boas sequências de tensão como a cena do motorhome desgovernado em alta velocidade pelo deserto, controlado pelo fantasma. E o incrível ataque das pedras rolantes que se locomovem de forma ameaçadora pelas areias em direção ao motorhome das vítimas, numa longa sequência bem produzida, com efeitos convincentes numa época sem as facilidades da computação gráfica. Vale conhecer apenas pela curiosidade de um filme obscuro.
(RR – 22/01/17)