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Immagini di un Convento - 1979


Um do mais ousados, e controversos, subgêneros do cinema de exploração das décadas de 60 e 70 do século passado, está sem dúvida o nunsploitation, ou seja, filmes exploitations com freiras. Histórias que tem como cenários quase sempre um convento, com suas invariáveis religiosas lésbicas. São filmes apelativos cheios de erotismo e blasfêmias. alguns com toques sobrenaturais e violência.

A lista de exemplares do subgênero é extensa, vai de obras mais elaboradas, feitas por diretores respeitados como o polonês "Madre Joana dos Anjos" (1961) de Jerzy Kawalerowicz, considerado um dos precursores do nunsploitation, ou o clássico "Os Demônios" (1971) de Ken Russell, até "Atrás dos Muros do Convento" (1978) de Walerian Borowczyk. Até chegarmos a exemplares do terror, como os mexicanos, ambos de 1975, "Satánico Pandemonium" de Gilberto Martínez Solares e o inacreditável "Alucarda" de Juan López Moctezuma.

Do espanhol Jesus Franco, que realizaria na Alemanha Ocidental o clássico "Cartas de Amor de uma Freira Portuguesa" (1977) ao japonês "School of the Holy Beast" (1974) de Norifumi Suzuki. a exploração com freiras sacanas viajou ao mundo. No Brasil podemos citar alguns exemplares tardios, como "Escola Penal De Meninas Violentadas" (1977) de Antonio Meliande, que mesclava o nunsploitation com os chamados WIPs (filmes sobre mulheres na prisão - Women In Prison); e também "A Freira e o Torturador" (1983) de Ozualdo Ribeiro Candeias, estrelado por Vera Gimenez e David Cardoso nos papéis-títulos.

Claro que no meio dessa farra profana, os italianos não poderiam ficar de fora, realizando diversos exemplares. Do tosquíssimo " La Vera Storia della Monaca di Monza" do sempre incompetente Bruno Mattei, até o thriller mezzo giallo "Suor Omicidi / Killer Nun" (1978) de Giulio Berruti, estrelada pela então decadente Anita Ekberg. Até a Emanuelle negra, Laura Gemser se aventurou com a batina em "Suor Emanuelle / Sister Emanuelle" (1977) de Giuseppe Vari.

E é justamente do país da bota que vem um dos exemplares mais infames do subgênero. "Immagini di un Convento" (1979), que no Brasil foi batizado com o semsacionalmente apelativo título de “O Convento das Taras Proibidas”. Uma pérola famigerada realizada pelo polêmico Aristide Massaccesi, mais conhecido pelo pseudônimo de Joe D'Amato. Aqui o diretor continua com sua saga de barbaridades cinematográficas, neste que é considerado um dos mais ousados e apelativos nunsploitation de toda história do cinema. Uma festa para os olhos dos voyeurs-fetichistas-hereges-tarados de plantão, uma autêntica blasfêmia em forma de filme.

A trama começa com a chegada em um covento de Isabela (Paola Senatore de "Emanuelle on America", 1977), clássico de D'amato e "Mangiati Vivi" (1980) de Umberto Lenzi, uma jovem que vivia com seu tio, um conde. Ela é mandada para lá justamente para se afastar dele e salvar sua alma (não é à toa que logo no início vemos, em um flashback, tio e sobrinha em pleno ato sexual). Paralelo a isto, as freiras encontram nos arredores do convento um jovem e misterioso peregrino ferido (Angelo Arquilla, que fora este fez apenas mais dois filmes: "Le Porno Killers", 1980) de Roberto MauriI e "Caligula et Messaline"(1981), de Bruno Mattei. A chegada destes personagens serão os principais responsáveis pela desestabilização do convento, sem falar de uma estátua de um Deus pagão que fica no pátio do convento pois este foi construído em cima de um templo antigo, sobrando apenas a escultura, seria tal ser esculpido o próprio diabo?

Embora a história tenha uma origem notável, inspirado no romance de 1796, "A Religiosa" (La Religieuse), do francês Dennis Diderot, um dos expoentes do Iluminismo. A trama se reduz aqui a um fiapo que serve apenas de pretexto para D'Amato fazer um desfile de cenas de sacanagens heréticas. Não faltam lesbianismo (incluindo um 69 com, digamos, closes quase ginecológicos), cenas de açoitamento, masturbação com consolos de madeira, muitas cenas de sexo simulado, uma freira violentada por dois meliantes, com direito a cena de sexo oral explícita. Sem a contar a sequência do padre exorcista (o francês de pseudônimo irlandês Donald O´Brien, veterano dos exploitation carcamano) caminhando pelos corredores e benzendo o convento com suas orações, enquanto paralelamente vai mostrando diversas cenas de sexo rolando nos quartos, culminando com a cena em que ele encara um corredor com várias freiras levantando seus hábitos, exibindo suas vaginas e oferecendo-as ao pudico clérigo. A fotografia belíssima foi feita, como de praxe, pelo próprio Joe D'Amato, assinando com seu nome verdadeiro, Aristide Massaccesi, como de costume.

Lançado no exterior em DVD duplo com o título de "Images in a Convent", que inclui o entre outras coisas o documentário "Joe D'Amato Totally Uncut". Controverso e maldito, "Immagini di un Convento" se destaca não só no filão dos nunsploitations, como também na prolífica filmografia deste ousado diretor.

O Convento das Taras Proibidas

(Immagini di un Convento / Images in a Convent, Itália / 1979) Direção: Joe D'Amato Com: Paola Senatore, Marina Hedman, Paola Maiolini, Angelo Arquilla, Donald O´Brien.

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