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Curse of the Demon - 1957


Que terrível destino acontecerá àqueles que desafiam a “Noite do Demônio”?


Lançado em DVD no Brasil pela “Versátil”, na coleção “Obras Primas do Terror – Volume 1”, “A Noite do Demônio” (Curse of the Demon / ​Night of the Demon, 1957) é uma produção inglesa de horror psicológico, com fotografia em preto e branco e direção do francês Jacques Tourneur, famoso cineasta com preciosidades no currículo como “Sangue de Pantera” (1942), “A Morta-Viva” (1943), “Farsa Trágica” (1963) e “Monstros da Cidade Submarina” (1965), esses dois últimos com Vincent Price.


Está escrito desde o início do tempo, até mesmo nessas antigas pedras (referência ao monumento histórico Stonehenge, na Inglaterra), que criaturas malignas sobrenaturais existem em um mundo de trevas. E também se diz que o Homem que pode utilizar o poder mágico dos antigos símbolos rúnicos, pode invocar esses poderes das trevas e os demônios do inferno. Ao longo das eras, o Homem tem temido e venerado tais criaturas. A prática da bruxaria e dos cultos do mal resistiu e ainda continua em nossos dias.


Um psicólogo americano, John Holden (Dana Andrews, de “Uma Fenda no Mundo”, 1965), viaja até Londres, Inglaterra, para participar de uma convenção científica com o objetivo de investigar e denunciar como fraude as ações de um culto demoníaco liderado pelo ocultista Dr. Julian Karswell (Niall MacGinnis).

Holden recebe a ajuda da jovem Joanna Harrington (Peggy Cummins), uma professora de escola infantil que é sobrinha do Prof. Harrington (Maurice Denham), um cientista que investigava a seita satânica e que morreu de forma misteriosa num acidente de carro. Ela tenta convencer o cético psicólogo americano dos perigos reais do satanismo e das práticas de bruxaria, e que ele pode ser uma vítima de uma maldição demoníaca que ameaça sua vida, através de um pergaminho com inscrições rúnicas.

“Curse of the Demon” é um filme de horror psicológico e magia negra, cuja ideia central é o questionamento da existência do Mal, representado por criaturas do inferno invocadas em cultos satânicos. Combatendo o ceticismo e em alguns momentos o sarcasmo de John Holden, um homem da ciência que defende que os demônios são apenas invenções de auto-sugestão ou histeria em massa. Mas, os conceitos de feitiçaria não são apenas originários de princípios simplórios como a lendária bruxa cavalgando sobre sua vassoura, ou o mau olhado que tortura os pensamentos de sua vítima, ou o alfinete espetado na imagem que enfraquece a mente e o corpo. Os demônios podem ser reais e o cético John Holden irá arriscar sua vida para conhecer a verdade sobre essas criaturas ancestrais que já faziam parte de diversas culturas antigas, como o “Baal” dos babilônios, “Seth” dos egípcios, “Asmodeu” dos persas, ou “Moloch” dos hebreus.

Entre as curiosidades, vale destacar que o filme é baseado no conto “Casting the Runes”, de Montagne R. James, publicado em 1911. E uma questão bastante comentada é sobre a exposição do demônio, que aparece pouco e mesmo visto apenas em alguns momentos rápidos, muitos fãs e profissionais que trabalham com o gênero parecem concordar que seria mais eficaz para a história se ele nem aparecesse. Tanto que o diretor Jacques Tourneur, que prefere o horror sugestivo, fez questão de evidenciar que não era sua intenção mostrar a criatura, deixando para a imaginação do espectador, e que a decisão da exposição do monstro do inferno foi dos produtores, com as cenas adicionadas na pós-produção, sem a participação do diretor. Eu, particularmente, como apreciador do cinema bagaceiro de horror, gostei da aparição do demônio em efeitos toscos e divertidos (a criatura infernal estampa o pôster e recebeu grande destaque, ajudando muito na divulgação e trabalho de marketing).


Como quem vai com medo e horror num caminho deserto. Pois sabe que algum demônio medonho o segue bem de perto.” – trecho do poema “A Balada do Velho Marinheiro”


(RR – 07/03/19)

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