The Wicked - 2013
Bem…aqui vai mais um filme que realmente me “assustou” desta safra macabra de filmes de horror de 2013. Depois de quase ter um colapso nervoso assistindo o remake de Evil Dead pensei que nada mais me tiraria o sono (o tempo e a paciência também), mas parece que os astros estão alinhados neste ano para criar o ambiente perfeito para a indústria cinematográfica parir mais destas aberrações. Depois de lobisomens, vampiros e zumbis assexuados, Mantodeas vampíricos e deadities na rehab chega a vez das bruxas comedoras de crianças.
“A cada Equinócio Vernal, Ladine Lorene, uma bruxa que conseguiu escapar da fogueira sequestra uma pessoa que, por ventura, tenha passado por perto de sua residência, uma casa abandonada no meio da floresta. De acordo com a lenda, quem passar e atirar uma pedra na casa e quebrar uma janela atrai para si a maldição da bruxa.”
Esta é uma história que quase toda criança na pequena cidade de Summerset já ouviu falar. A história, passada de geração em geração, começa a preocupar a cidade quando Amanda Drake, uma garotinha de sete anos desaparece do seu quarto sob circunstâncias misteriosas.
Com os rumores do desaparecimento da menina, Zach (Justin Deeley) vê uma chance de impressionar as garotas e junto com seus amigos decide acampar na floresta para encontrar a velha casa misteriosa onde a lendária bruxa supostamente vive. Sem o conhecimento de Zach, seu irmão mais novo, Max (Devon Werkheiser) e sua “namorada” Sammy (Diana Hopper) decidem esgueirar-se juntos para pregar uma peça no irmão e seus amigos. Logo todos descobrem que toda lenda tem seu fundo real. Ladine Lorene voltou a lançar seus feitiços para enganar, caçar e, finalmente, devorar as crianças locais para manter-se jovem novamente.
Ok. Agora vamos falar sério. Quem ainda tem medo de filmes com bruxas?
Tá certo que A Bruxa de Blair até que desempenhou bem o seu papel, mas nem ficou realmente provado se o assassino no camping era realmente uma feiticeira ou um serial killer. As memórias destas senhoras que ainda a deixam num pedestal de criaturas de pesadelo descansam a anos nos desenhos da Disney e a escolha de Peter Winther e Michael Vickerman saiu (pelo menos em minha humilde opinião) como um verdadeiro tiro no pé.
The Wicked foi lançado diretamente para vídeo no dia 30 de abril e a meta a ser alcançada só poderia ser o público adolescente. Com um elenco totalmente composto por atores iniciantes que participaram somente de produções voltadas ao mercado do vídeo e curtas-metragens, o filme conta como protagonista o jovem ator Devon Werkheiser. Aqueles que acabam por “fazer uma média” com seus filhos ou sobrinhos na frente da TV já se depararam com o jovem Devon na série teen Manual de Sobrevivência Escolar do Ned (2004), exibida até a pouco tempo na Band. Além da participação destes ilustres desconhecidos o filme também não tem nada de especial além de representações chulas e efeitos especiais pra lá de duvidosos, mas confesso que me diverti horrores com as falhas do roteiro e da produção.
Por exemplo, a bruxa imortal tem o poder de se teletransportar para qualquer lugar para capturar os jovens, mas pode ser trancada em um quarto com uma porta comum. Outro furo gigantesco é o fato de todos saberem onde fica a casa da criatura e a polícia nunca realizar um mandato de busca no lugar até o presente momento em que os jovens aparecem (e desaparecem) no local. Para os olhos mais atentos (ou se você é um chato de galochas como eu!) existem duas cenas onde um membro da equipe de filmagem aparece descaradamente no filme. No quesito continuidade o troféu fica com a cena em que a bruxa leva uma das garotas raptadas para o abate. Quando a adolescente é levada a bruxa remove a maçã de sua boca, mas na próxima cena em que a menina está na mesa do moinho, a maçã está de volta no lugar…seria feitiçaria?
De qualquer forma, se você ousar assistir The Wicked já aviso que o filme não agrada gregos e nem troianos, salvos aquelas pessoas que se contentam com séries infanto-juvenis como Clube do Terror (Are You Afraid of the Dark?, 1990/2000) ou fãs dos livros de R.L. Stine.