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Gatti Rossi in un Labirinto di Vetro - 1975


Giallo rápido e divertido do prolífico e polivalente Umberto Lenzi (1931-2017), que para quem ta chegando agora e não conhece o cara, com quase 70 títulos no currículo, ele transitou por quase todos os gêneros do exploitation italiano. Só para ter uma ideia, foi Lenzi que praticamente criou o subgênero de filmes de canibais com o seu Il Paese del Sesso Selvaggio (1972).


Aqui temos uma trama simples e direta, um grupo de turistas norte-americanos viaja pela Espanha, entre Barcelona e Sitges, mas uma série de assassinatos brutais, tendo como vítimas garotas, cujo olho esquerdo é extirpado pelo assassino, nos faz crer que entre os turistas há um maníaco homicida.


O filme rapidamente nos apresenta o grupo heterogêneo, temos um casal (Silvia Solar e Daniele Vargas), um pai com pinta de texano (John Bartha) que não desgruda da filha adolescente (Veronica Mirel), um padre intrometido (George Rigaud), um casal de lésbicas (Ines Pellegrini e Mirta Miller), um guia turístico metido a engraçadinho e com cara de tarado (Ralf Baldassare), obviamente todos suspeitos, e para engrossar a lista temos o executivo Mark Burton (John Richardson), que se junta ao grupo atrás de uma das turistas, Paulette Stone (Martine Brochard), que é sua secretária e amante.

Para investigar o caso temos o Inspetor Tudela (Andres Mejuto), um policial veterano que está em sua última semana de trabalho, e não vê a hora de se aposentar para pescar, e seu futuro substituto, o novato Inspetor Lara (José Maria Blanco).


Este é um filme dinâmico, com uma satisfatória contagem de corpos, momentos sangrentos, nudez, reviravoltas e uma revelação final realmente surpreendente. O ‘visual’ do vilão, que troca as tradicionais luvas de couro preta, sobretudo, chapéu e navalha, por capa de chuva e luvas vermelhas e uma faca longa, dá um visual sinistramente interessante.

Se Eyeball (título mais condizente do que o acrobático original italiano: Gatti Rossi in un Labirinto di Vetro, ou seja Gatos Vermelhos em um Labirinto de Vidro) não chega a ser impactante e memorável como outros gialli, este não deixa a peteca cair e a monotonia tomar conta em momento algum. O que mais gostei foi a personagem de Ines Pellegrini (atriz de Salò), uma negra lésbica que é apresenta como apenas mais uma garota fútil no começo do filme, mas que vai crescendo até se torna uma das peças na caça ao assassino. Tipo de empoderação que só se via na época no cinema exploitation.


Vale muito uma conferida.


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