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Gu - 1981


A lendária produtora Shaw Brothers, nome essencial na história do cinema de kung fu, também atacava em outros gêneros além dos filmes de pancadaria, ainda mais no começo dos anos 80, quando perdiam terreno para a concorrente Golden Harvest.


Neste Panorama, a produtora dos irmãos Shaw resolveram investir em Gu, que ficou mais conhecido pelo título internacional Betwitched (Enfeitiçado), um filme de horror sobre macumba asiática, com cenas realmente repulsivas. Para isso chamaram o diretor Kuei Chi-Hung, que já tinha feito para a produtora coisas como o maravilhosamente asqueroso The Killer Snakes (1973).


O filme abre com um garoto brincando em um parque e descobrindo, em meio a umas folhagens, o cadáver putrefato de uma garotinha. Na autópsia é retirado do crânio da morta um prego de nove polegadas. O inspetor Bobby (o eterno policial Melvin Wong), investiga o caso e rapidamente chega ao assassino, justamente o pai da morta, o jovem Stephen (Fei Ai). Julgado e condenado à morte, Stephen conta finalmente sua história ao policial, de que o pobre diabo teria sido vítima de um feitiço.


E dê-lhe flashback. Stephen teria feito uma viagem de férias à Tailândia, onde começa a se relacionar com uma bela nativa chamada Bon Brown (Lily Chan, que chegou a parar em Hollywood, trabalhando em Robocop 2). Depois de desfrutar de todas as formas a companhia da tailandesa, Stephen volta para Hong Kong. Magoada com o descaso do macho escroto, Brown paga um feiticeiro para jogar uma mandiga braba no rapaz e assim lhe desgraçar a vida.

O inspetor Bobby começa a escutar a história de forma incrédula, mas depois de certos acontecimentos inexplicáveis, pega uma folga do trabalho e vai até a Tailândia, investigar a história do condenado.


A primeira metade do filme é interessante, e embora abra já com um cadáver podre de uma criança, ter nudez gratuita feminina, incluindo a moça tailandesa correndo pela praia com os seios desnudos em slow motion, e ter uma menina comendo carne crua, e na segunda metade é que o bicho pega.


Quando entra o feiticeiro do mal, interpretado pelo malaio Hussein Abu Hassan, um ex-agente de polícia que seguiu carreira como ator e diretor, e segundo algumas fontes, ele próprio alegava ser um bruxo real. Este bruxo maligno terá que enfrentar um monge budista num embate sobrenatural.

O mais legal nesta segunda metade é mostrar os feitiços do vilão, cujos nomes aparecem na tela, suas preparações e efeitos. È quase um tutorial de vodu asiático!


Some a isso cenas de gente comendo vermes, vomitando toneladas de vermes, doenças de pele, feridas purulentas expelindo líquidos de cores variadas, tem reanimação de um cadáver de uma morta grávida, onde extraem um líquido negro e viscoso do nariz, caveiras flutuando, facas voando, matança de cobras e uma galinha, e o ápice da nojeira, o bruxo abrindo um enorme jarro de barro, cheio de fetos mortos e intestinos boiando, e bebe com vontade o chorume ali de dentro.


Tudo isso num clima de horror maravilhoso e uma ótima utilização da sonoplastia. E para finalizar com chave de ouro, o filme termina com uma mensagem moralista sobre o sexo casual que poderá lhe arrancar gargalhadas.

Este filme foi um sucesso estrondoso na Ásia e consolidou a carreira de Kuei Chi-Hung como um cultuado diretor do horror oriental. Em 1983 teve uma continuação igualmente cultuada, realizada também por Kuei Chi-Hung, The Boxer’s Omen / Mo.


Enfim, Gu é primitivo, cru, bruto, visceral, doentio e repulsivo. Uma maravilha que encantará os olhos dos admiradores do cinema selvagem e extremo.


Para paladares refinados.


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