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Kaidan Kasane-ga-fuchi - 1957


Dirigido por Nobuo Nakagawa, Kaidan Kasane-ga-fuchi (The Ghosts of Kasane Swamp, 1957), também conhecido com o título internacional “The Depths”, é um filme japonês de horror com fotografia em preto e branco e produção de baixo orçamento, com metragem curta de apenas 66 minutos. Está disponível no “Youtube” com versão original japonesa e legendas em português. Esse filme com história de fantasmas vingativos recebeu duas refilmagens, em 1960 e 1970.


No pequeno vilarejo de Hanya no século XVIII, o massagista cego Sotetsu Minagawa (Yôji Mizaki) visita o samurai Shinzaemon Fukami (Akira Nakamura) para cobrar uma dívida com dinheiro emprestado. O devedor não recebe bem a cobrança e numa discussão mata violentamente o velho, mandando seu servo Kanzô (Unpei Yokoyama) desovar o corpo no pântano de Kasane.


Porém, segundo uma lenda japonesa, se alguém morrer com raiva, seu fantasma perturbado não descansará em paz, retornando do mundo dos mortos para a vingança sangrenta. Então o samurai é atormentado pelo espírito do cego assassinado e, após a morte trágica de sua esposa Fusae (Fumiko Miyata) num acidente, ele se afoga em tormento no pântano.


Após passados 20 anos, a filha do massagista e agora professora de música Orui (Katsuko Wakasugi) vive numa cidade vizinha com a antiga serva de seu pai e mãe de criação Otetsu (Kikuko Hanaoka). Ela se apaixona por Shinkichi Fukami (Takashi Wada), sem saber que é o filho do samurai, adotado e criado como servo numa família rica, proprietária de uma loja de presentes. Ele, por sua vez, tem um romance com sua jovem e bela patroa, Ohisa (Noriko Kitazawa).

O triângulo amoroso é envolvido por ressentimentos e ciúmes, ficando mais dramático ainda depois que Orui sofre um acidente doméstico que desfigura seu rosto, culminando num desfecho trágico com vingança do além, o assombrado pântano de Kasane e a interferência de Jinjûrô Ômura (Tetsurô Tanba), um jovem mercenário samurai que tem interesse em eliminar Shinkichi.


Kaidan Kasane-ga-fuchi tem ótimos momentos de horror no início, com o fantasma do massagista assassinado, e no desfecho, com a vingança do espírito atormentado de sua filha deformada, tendo o pântano como um obscuro elemento na história. Porém, entre estes dois momentos de grande atmosfera sombria e violência sangrenta, a história se perde um pouco numa narrativa mais arrastada com o melodrama de um triângulo amoroso entre o filho do samurai assassino e as duas mulheres apaixonadas por ele, além da exposição de fofocas, hipocrisia, intolerância e casamentos arranjados entre os aldeões do vilarejo.

O grande destaque é o excelente trabalho de maquiagem com efeitos práticos no rosto deformado de Orui, extremamente grotesco e assustador, sendo revelado pela primeira vez numa cena lenta com seu reflexo num balde de água ondulante.


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