La Casa 4 - 1988
Porcaria italiana produzida por Joe D’Amato e estrelado por David Hasselhoff e Linda Blair. Tem como resisitir?
Primeiramente atente para o título original italiano, ele seria o seguimento de La Casa 3, do mesmo ano e dirigido por Umberto Lenzi, mas que não tem nada a ver. Mas afinal, qual é a La Casa 1 e 2? Assim como Fulci fez seu Zombi 2, como uma ‘continuação’ do clássico Dawn of the Dead do Romero, aqui também roubaram de uma franquia norte-americana, e não, não é de House (que aqui no Brasil se chamou A Casa do Espanto), mas de nada mais nada menos que Evil Dead! Que na Itália foi batizado de La Casa”e que naquela altura estava na parte 2. A cara de pau da italianada não tem limites!
Explicado isso, vamos ao filme de fato.
Temos aqui um hotel abandonado em uma ilha isolada. Há tempos houve casos de bruxaria na tal ilha. E pra lá vai a pesquisadora de ocultismo Leslie (Leslie Cumming) e seu namorado Gary (David Hasselhoff), que parece mais interessado em tentar tirar a virgindade da garota. Nota: o que uma garota virgem, que estuda ocultismo, vai fazer num local famoso por assombrações e bruxarias, quando TODO mundo sabe que adultas virgens servem para rituais de magia negra?
Para completar, vão para lá também uma família burguesa chata, cuja filha está grávida (interpretada pela Linda Blair), que teria comprado as ruínas para revitalizá-la, acompanhados do vendedor (Rick Farnsworth) e uma engenheira (Catherine Hickland, que na época contracenava com Hasselhoff no seriado Super Máquina). Ia me esquecendo, na ilha também habita uma velha bruxa que usa batom rebocado (a veterana alemã Hildegard Knef, em papel planejado para Bette Davis!).
Claro que os visitantes vão ficar isolados na ilha, e terão que passar a noite no hotel em ruínas. Claro que a tal bruxa que habita lá, que aparece com ajudantes sabe-se lá de onde vieram, ira atacar um por um dos invasores de sua residência. O filme era para ter sido dirigido pelo veterano Luigi Cozzi, que acabou abandonando a barca ao ser negado o direito de fazer alterações no roteiro, e o filme caiu nas mãos do iniciante Fabrizio Laurenti, escondido por trás do pseudônimo de Martin Newlin.
Nota: o roteiro deste filme é obviamente muito ruim, mas conhecendo o 'talento' de cozzi como roteirista, acho que não faria muita diferença.
A inaptidão do novato fica patente já no começo, com uma trama confusa em que se amontoam as subtramas de forma quase aleatória. E a primeira metade do filme é uma lenga-lenga que é praticamente um convite ao sono. Inesperadamente o filme melhora em sua segunda metade com um gore caprichado, com cenas sangrentas, sendo a melhor a da velha que tem a boca costurada (e que virou cartaz do filme) para logo em seguida ser colocada de cabeça para baixo numa chaminé e ter sua cabeça queimada em uma fogueira.
No clímax final não podia faltar Linda Blair sendo possuída pelo espírito da bruxa, matando saudades de seu tempo de “O Exorcista”. No frigir dos ovos, La casa 4 é um filme ruim de doer, mas que vale por algumas cenas delirantes e sangrentas em sua segunda metade.
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