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Malenka - 1969


Antes de gravar seu nome no cinema de horror com sua clássica série dos zumbis cegos templários, partindo da obra-prima A Noite do Terror Cego (1972), Amando de Ossorio já investia no gênero, com resultados, ahn... digamos, um tanto duvidosos. Malenka foi uma dessas tentativas.


Sylvia (a lendária sueca Anita Ekberg) é uma modelo italiana voluptuosa, que está de casamento marcado com o médico Piero (Gianni Medici), quando recebe uma carta de um tio que ela nem conhecia, e descobre que herdou um castelo em algum buraco do leste europeu. Ao chegar na residência, a moça descobre que ela descendente de uma bruxa chamada Malenka, que transformou sua família em uma linhagem de vampiros, e o tio (o espanhol Julian Ugarte, o ‘bruxo’ do clássico Todas as Cores do Medo) quer transformar a moça em vampira. Neste ínterim, chega à localidade, Piero com seu braço direito, o amigo afetado Max (César Benet).


Com belas locações em um castelo medieval espanhol. Malenka suga direto da fonte dos filmes da Hammer. O problema é que o filme tem um senso de humor que nos coloca na dúvida se é deliberado, como A Dança dos Vampiros de Polanski, ou se é fruto da incompetência generalizada, ou um pouco de ambos.

Como na cena em que Sylvia chega na taverna, administrada por duas taverneiras de seios fartos e decotes generosos, do vilarejo perto do castelo de seus ancestrais. Ao anunciar seu destino, rola um dos mais deliciosos clichês do cinema vampiresco: a taverna toda para abismada, olhando para a moça, e uma das taverneiras deixa cair um caneco de chopp tempos depois, numa das mais hilariantes falhas de timing.

A despeito dos cenários, o guarda-roupa de Ekberg é de uma breguisse que daria chiliques em Rubens Ewald filho. Aliás, a própria atriz esta numa canastrice que fica difícil de acreditar que a moça já trabalhou até com Fellini em A Doce Vida. Na época chegaram a dizer que este filme foi o último prego no caixão da carreira da atriz (não seria a última estaca no coração?).


A trama tem um plot twist vagabundo, e um outro na cena final, que só melhora a insanidade toda e a trilha de Carlo Savina seria reaproveitada no inferior La Notte dei Dannati.


Impossível de ser levado a sério. Malenka é um bom passatempo cômico (involuntário?).


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