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Nella Stretta Morsa Del Ragno - 1971


Clássico exemplar de chamado horror all’italiana, com seus elementos góticos e sensuais. Na verdade este “Nella Stretta Morsa Del Ragno” é um remake do clássico “Danza macabra” (1964) dirigido pelo mesmo diretor, o polivalente Antonio Margheriti partindo de um roteiro co-escrito pelo lendário Sergio Corbucci (ele mesmo, diretor de spaghetti westerns clásscios como “Django” e “Vamos a Matar, Compañeros), na verdade o filme começou a ser dirigido por Corbucci, mas depois de uma semana largou o projeto, que foi finalizado por Margheriti. O original é clássico classudo, com conta coma exuberância da fotografia em preto-e-branco e a presença de Barbara Steele, mas este remake tem seus atrativos, como veremos.


Temos aqui o escritor norte-americano Alan Foster (Anthony Franciosa de “Tenebre” de Argento) que faz uma posta com Lorde Blackwood (Enrico Osterman) e com ninguém menos que Edgar Allan Poe (interpretado por Klaus Kinski!). A aposta consiste em que Foster, um cético, passe a noite no castelo abandonado de propriedade de Blackwood, moradia esta que tem fama de assombrada e de onde ninguém que posou lá saiu vivo. Foster aceita a parada. Já no castelo, nosso protagonista se vê envolto num cenário cheio de quadros antigos, candelabros, poeiras e teias de aranha, quando conhece a bela Elisabeth (a bela francesa Michèle Mercier do clássico “I Tre Volti della Paura” de Bava), por quem o pobre mancebo cai de amores à primeira vista. Aos poucos ele vai conhecendo outras figuras pelos corredores, caindo em uma emaranhada teia de eventos surreais (não a toa o título original se traduz como “Nas garras da Aranha”). O pobre Foster entra encontra fantasmas (que no ato final assumem hábitos vampirescos), acontecimentos do passado se misturam com o presente, fazendo o protagonista presenciar as tragédias que acometeram o castelo, até se der conta que sua própria sanidade e vida estão em risco.

A primeira coisa que chama a atenção aqui é a presença de Klaus Kinski como Edgar Allan Poe, e que só marca presença no começo e no final do filme. OK, Kinski NÃO se parece em nada com Poe, mas dane-se. É Klaus ‘fucking’ Kinski! Valeria até ele como Chacrinha, apenas para ver este ser insano na tela. A abertura do filme é com ele declamando o clássico “Berenice” em um bar com amigos, só essa abertura já valeria o filme! Curiosamente na versão original, Poe era interpretado por Silvano Tranquilli, que aqui interpreta o marido de Elisabeth!

Outra curiosidade é ver a voluptuosa Michèle Mercier sendo disputa por um assassino (o veterano de faroestes Ralf Baldassarre) e uma lésbica (Karin Field), como no clássico supracitado “I Tre Volti della Paura”. Outra curiosidade, na versão restaurada, com áudio italiano, há uma cena com áudio alemão, onde Karin Field mostra os peitos, provavelmente a cena original em italiano se perdeu. Na versão de 1964 acontece algo parecido, com uma cena falada em francês.


A fotografia estilizada, a trilha de Riz “Cannibal Holocaust” Ortolani, os belos cenários góticos e decadentes e as câmeras lentas no clímax final dão o toque esquisitão desta pérola que merece ser descoberta.

Nella Stretta Morsa Del Ragno (Itália/França/Alemanha Ocidental. 1971) – Direção: Antonio Margheriti

Com: Anthony Franciosa, Michèle Mercier, Klaus Kinski, Peter Carsten, Silvano Tranquilli, Karin Field, Ralf Baldassarre, Enrico Osterman.

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