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Rape Squad - 1974


No mesmo ano em que Charles Bronson saiu pelas ruas para fazer justiça com as próprias mãos, no primeiro Desejo de Matar, saiu esse curioso ‘rape & revenge', em que um grupo de mulheres resolve se unirem para catar um estuprador, e qualquer macho abusivo que estiverem no caminho.


O filme começa com Linda (Jo Ann Harris) sendo atacada por um serial rapist (estuprador serial) que usa uma máscara de hockey (quase uma década antes de Jason usar pela primeira vez em Sexta-Feira 13 - Parte 3). O criminoso tem como modus operandi agredir a vítima no rosto, depois tapar a boca da mesma com um pano e fazê-la cantar estrofes da canção “jingle Bells” (sim, amordaçada e tudo mais).


Estuprada, agredida e humilhada, Linda vai até a delegacia, onde é ainda mais humilhada, ela reclama pela falta de mulheres policiais para atendê-la, e praticamente acusada de ter provocado o estuprador pelas roupas curtas que usa! E pior, por não conter esperma no exame de corpo delito (o violentador simplesmente não ejaculou), a acusação de estupro fica comprometida!


Vejam bem... estamos numa produção barata e sensacionalista da primeira metade dos anos 70, mas a personagem, e o filme por extensão, reivindicam as mesmas demandas que as mulheres fazem atualmente!

Enfurecida com a inoperância policial, que faz pouco caso da violência contra a mulher, Linda conhece outras garotas, vítimas do mesmo criminoso e assim se juntam em um grupo para caçar não só ele, mas outros estupradores, assim como ajudar outras mulheres vítimas de abusos e violência sexual. Para isso as moças contam com uma providencial professora de caratê.


As mulheres enfrentam desde um cara que assedia uma jornalista com ligações obscenas, passando por um arrogante dono de boate, um cafetão e até uma cena em que uma das moças, fazendo panfletagem do grupo delas, encara dois peões grosseiros que gostam de mexer com mulheres na rua. Mas esses são café pequenos perto do estuprador mascarado que elas terão de encarar no final.


O diretor Bob Kelljan, que tinha realizado antes três filmes de vampiros – os dois do Conde Yorga (Conde Yorga, O Vampiro e A Volta do Conde Yorga) e a continuação de Blacula (Scream Blacula Scream) – conduz a trama com segurança, com momentos de humor na hora certa e um clímax tenso.

O filme foi rodado como Rape Squad, mas a produtora AIP achou que ficaria pesado demais e acabou lançando nos cinemas como Act of Vengeance, como a bilheteria não foi lá essas coisas, acabaram relançando com o título original mesmo, para ver se chamava o público pela polêmica.


Com um discurso bem atual, Act of Vengeance é um filme que vale ser assistido, pois é sempre bom ver mulheres buscando o empoderamento na luta contra o machismo.


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