Silent Night, Bloody Night - 1974
Noite de Sombras, Noite de Sangue (Silent Night, Bloody Night) é um thriller de suspense lançado oficialmente em 1974 (também conhecido como Night of the Dark Full Moon) e relançado no boom do horror de 1981 com o título de Death House. Dirigido por Theodore Gershuny e co-produzido por Lloyd Kaufman o filme é estrelado por Patrick O’Neal e a atriz Mary Woronov nos papéis principais além do lendário John Carradine, que aparece numa ponta de apoio da história. Outros grandes atores e atrizes também figuram nesta obscura produção como Mary Woronov, Ondine, Candy Darling, Kristen Steen, Tally Brown, Lewis Love, o cineasta Jack Smith e a atriz Susan Rothenberg. Foi filmado em Oyster Bay, Long Island, New York, entre os anos 1972/1973, mas não teve sua distribuição nos cinemas até 1974.
A trama é a seguinte. Tentando vender uma mansão isolada com uma história negra em Massachusetts os responsáveis pela posse da propriedade estão sendo perseguidos e mortos por um maníaco que fugiu de um manicômio local. Mas quem será esse assassino e por que o povo local começou a agir de modo estranho após os assassinatos?
Exibido principalmente nos drive-in antes de desaparecer na obscuridade Noite de Sombras, Noite de Sangue carrega consigo uma particularidade impar. Suas tomadas externas e fotografia absolutamente tomada pela estética gótica acompanhados por um sistema sherlockiano de levar a trama adiante possivelmente contribuíram para podar o interesse do público, que acreditava assistir um filme de horror. No entanto, em meados dos anos 1980, o filme foi apresentado no especial Elvira’s Movie Macabre onde acabou por se tornar um filme cult, cativando assim alguns fãs.
A empresa Allmovie chamou o filme de “uma pequena joia com uma atmosfera sinistra” e não estavam errados em sua colocação. Diferente dos filmes de horror com temática natalina Silent Night, Bloody Night não foca apenas o feriado e os assassinatos ocorridos na data. A trama caminha além do gore apresentando alguns fatos relevantes à respeito dos proprietários da Mansão Butler e da tragédia que se abateu sobre a família. Umas das partes mais bonitas do filme ocorre quando o passado obscuro e os escândalos da Família Butler são narrados ao espectador sob a forma de antigas fotografias familiares em tom sépia e flashbacks. Quem assiste então é arrastado para dentro do filme como parte da investigação, descobrindo peças importantes sobre o porquê de Wilfred Butler ter sido queimado vivo ou sobre os segredos obscuros trancados no sanatório da cidade que tanto apavoram as autoridades locais. Simples, concreto e de atmosfera cativante esta pérola esquecida pelo tempo mereceria seu lugar como um predecessor do gênero investigativo de terror.
Infelizmente (ou não!), desde o seu lançamento, o filme acabou por cair em domínio público e já está disponível em DVD a partir de várias empresas de entretenimento que se especializam em filmes de domínio público. Em 2012 foi produzida uma refilmagem com a direção de James Plumb e roteiro de Andrew Jones sob o título de Silent Night, Bloody Night: The Homecoming, mas que não alcançou a mesma graça e prestígio de seu antecessor.
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