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The Black Sleep - 1956


Pérola do cinema vagabundo que chama a atenção pelo elenco "all-star" do horror.


Temos aqui o Dr. Ramsey (Herbert Rudley), um cirurgião que está prestes a se enforcado, acusado injustamente, segundo ele, do assassinato de seu agiota. Aos 45 do segundo tempo, Ramsey é salvo pelo seu antigo professor, Sir Joel Cadman (Basil Rathbone), que dá ao pobre desgraçado uma droga indiana que o próprio Cadman chama de “Sono Negro” (olha o título original, aí), na verdade um poderoso medicamento que leva o usuário a catatonia. Dado como morto na cela, Ramsey é despachado pro necrotério, até cair nas mãos de Cadman, que lhe aplica um antídoto, e assim o condenado volta à vida.


De volta a vida, mas com outra identidade, Ramsey aceita trabalhar como ajudante de Cadman, em suas pesquisas neurológicas.

Ao chegar no castelo do Sir, Ramsey descobre que o local é um hospício clandestino, com alguns loucos perigosos, depois descobre que os ‘loucos’ são frutos de fracassados experimentos cerebrais de Cadman, que tenta analisar o funcionamento do cérebro humano, para ressuscitar sua amada, em coma cerebral.


Provavelmente Ramsey deve ter ser ligado que era mais lucro ter morrido que caído naquela roubada.


Além de Basil "Sherlock Holmes" Rathbone, temos um mordomo mudo interpretado por Bela Lugosi – reza a lenda que Lugosi, aqui em seu último filme acabado, teria detestado o fato do papel sem falas e azucrinou o diretor Le Borg, para satisfazê-lo, o diretor dirigiu algumas cenas dele com diálogo, mas deixou na lata de lixo da edição. Como os pacientes loucos temos Lon Chaney Jr. (também num papel sem falas, mas segundo consta, não estava nem aí, ao contrário de Lugosi), Tor Johnson e o melhor de todos, John Carradine, numa caracterização que lembra o Gandalf de O Senhor dos Anéis.

Curiosidade: Bela Lugosi e Tor Johnson, quando fizeram este filme, teriam acabado de saírem de tratamentos de reabilitação de drogados. Ironicamente os dois atores logo caíram em outra droga: Plan 9 from Outer Space (1959) de Ed Wood Jr. Lugosi inclusive faleceria durante as filmagens, sendo substituído por um dublê nem um pouco parecido, e que tapava o rosto com a capa, o que rendeu uma das quebras de continuidade mais hilárias da história do cinema.


Para completar o time, temos Akim Tamiroff (A Marca da Maldade, Alphaville), substituindo Peter Lorre, que teria pedido um cachê muito alto. O curioso é que Tamiroff, como o auxiliar cigano de Cadman, faz uma imitação notável de Peter Lorre.

O diretor Le Borg já era um veterano do cinema B, dirigindo filmes de terror vagabundo desde os anos 40, provando que experiência não é talento, já que faz mau uso do elenco que tem em mãos, com exceção de Rathbone, que brilha como o médico enlouquecido, e Carradine, hilariante, o resto não tem muito o que fazer. E pior, Le Borg acaba deixando o filme em sua maior parte muito verborrágico, mas a bagunça que vira o terço final compensa. Um caos que dá gosto de ver. Se o filme era comportado até então, aqui temos inclusive cenas de cirurgia cerebral (!!!).


Uma obra curiosa que, pelo bem ou pelo mal, vale uma conferida. Nem que seja para ver os atores clássicos em cena.


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