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The Ghoul - 1933


O ator inglês Boris Karloff (1887 / 1969) é um dos ícones do Horror e Ficção Científica, com seu nome eternizado na história do cinema fantástico, mais lembrado por sua caracterização do “monstro de Frankenstein” nos filmes da produtora americana “Universal”, além de outros vilões e “cientistas loucos”. Em 1933 ele fez seu primeiro filme inglês, “O Zumbi” (The Ghoul), cuja história utiliza elementos que exploram o universo ficcional das lendas, mistérios, poderes pagãos e maldições da mitologia egípcia.


Com direção de T. Hayes Hunter, na história o Prof. Henry Morlant (Boris Karloff) é um rico egiptólogo, excêntrico e recluso em sua imensa casa gótica. Ele gastou boa parte de sua fortuna comprando uma misteriosa joia chamada “Luz Eterna”, roubada no Egito pelo mercenário Aga Ben Dragore (Harold Huth). O precioso artefato tem o poder da imortalidade, quando utilizado num ritual com a estátua sagrada do deus Anúbis. Uma vez gravemente doente e imobilizado na cama, o Prof. Morlant orienta seu fiel mordomo Laing (Ernest Thesiger) para enfaixar a joia em sua mão, para que depois pudesse reviver após o sepultamento numa cripta sinistra ao lado de sua casa, com sua tumba sendo iluminada numa noite de lua cheia.


Porém, a joia desaparece e o bizarro Prof. Morlant retorna dos mortos, desfigurado e com a mente distorcida pelo ódio, como um zumbi assassino em busca de vingança contra várias pessoas que estão em sua casa. O grupo é formado por seus sobrinhos Ralph Morlant (Anthony Bushell) e Betty Harlon (Dorothy Hyson), que vieram em busca da herança do tio falecido, além do ganancioso advogado da família, Sr. Broughton (Cedric Hardwicke), de um padre charlatão, Nigel Hartley (Ralph Richardson), do já citado ladrão sofisticado Dragore, e da irritante assistente da Srta. Harlon, Kaney (Kathleen Harrison), responsável por um desnecessário alívio cômico na trama.


“O Zumbi” é o primeiro filme inglês de horror da era do cinema sonoro, que ficou perdido por muitos anos e felizmente foi encontrado e restaurado. Tem fotografia em preto e branco e pouco mais de 70 minutos de duração. Sua narrativa é lenta, característica comum para a época da produção, e o roteiro tem furos e situações que não se encaixam, diminuindo inevitavelmente o interesse nos momentos arrastados sem a presença de Boris Karloff.

Mas, ainda assim, é recomendado para os apreciadores de filmes góticos e fãs do grande ator de “Frankenstein”. Temos aquela tradicional atmosfera sombria no casarão antigo e decrépito, repleto de aposentos escuros iluminados por velas. Karloff fala pouco, apenas na sequência de abertura, doente numa cama, e também não aparece tanto quanto gostaríamos. Mas, ele sempre rouba as cenas quando surge das sombras, estando bem à vontade num dos papéis que costuma fazer com maestria, o assassino que volta do mundo dos mortos para matar todos em seu caminho, na busca da joia egípcia com o poder da vida eterna.


Curiosamente, o filme também é conhecido por aqui como “Dragore”, uma péssima escolha de título nacional, pois é apenas o nome do ladrão que roubou a joia egípcia e vendeu para o Prof. Morlant, tentando recuperá-la novamente, e o grande vilão é o Prof. Morlant, que voltou dos mortos como um zumbi perturbado, assassino e vingativo. Além desse nome, o site “IMDB” (imenso banco de dados sobre filmes) também informa outro título alternativo brasileiro ainda mais ridículo, “Dragore, o Fantasma”.


O filme ganhou uma refilmagem inglesa em 1961 conhecida pelos títulos “No Place Like Homicide!” ou “What a Carve Up!”, com elementos de humor negro.


(RR – 22/05/20)


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